DAVID YATES
Ain’t it Cool ~ Quint
22 de junho de 2007
Tradução: Patricia Abreu

Quint entrevista o diretor de HARRY POTTER, David Yates, sobre o novo filme e seus planos para o próximo!!!

 

Alô, pessoal! Quint aqui. Essa é provavelmente a minha favorita das entrevistas de Harry Potter.

Eu sou totalmente não familiar com a filmografia de David Yates, uma deficiência que eu vou remediar atingindo a Virgin ou a HMV antes de deixar Londres. Eu vi seu trabalho nesse novo filme de Potter, de qualquer forma, e enquanto eu não posso escrever minha crítica até o dia do lançamento, vou dizer que ele fez um bom trabalho e lidou com o que eu considero o mais fraco dos livros de uma forma muito esperta.

Yates é um homem de voz suave, mas seu entusiasmo por outro lado está sempre borbulhando na superfície. Falamos um bocado sobre a ORDEM DA FÊNIX e ele abriu seus pensamentos sobre o ENÍGMA DO PRÍNCIPE, o próximo na linha de Potter que ele está de fato dirigindo.

Aqui está a entrevista. Nossa conversa começa com o site e termina com grandes spoilers do livro 6 (e próximo filme), então se você não o leu… Espero que goste da entrevista!

David Yates: É bem influenciador, não é? Ás vezes eu entro para ver.

Quint: Obrigado!
David Yates: É bom, cara. É ótimo. É realmente entusiasmante. Eu amo essa democratização de tudo. Isso é que é legal sobre a internet, sabe? Ela abriu o ar…

Quint: Diálogo?
David Yates: É! Isso é bom!

Quint: Eu vi o filme ontem me realmente gostei dele. Eu amo que logo no primeiro quadro você foca não na magia desse mundo, mas no mundo comum em que todos nós vivemos, nos lembrando que toda fantasia está acontecendo em um mundo paralelo ao que conhecemos. E é um momento grandioso quando os dementadores chegam e o mundo mágico se aproxima do nosso.
David Yates: Eu adoro essa noção. Quando criança… e até hoje, como um sujeito de 43 anos, essa noção de que poderia ter um mundo paralelo ao nosso onde há bruxos. Foi isso o que me empolgou quando eu li o livro pela primeira vez porque eu simplesmente amo a idéia de que possa haver um bruxo logo ali na esquina, ou um evento extraordinário.

Quando eu estava preparando o filme, eu tinha várias idéias que ficavam nessa linha entre o mundo real e o mundo mágico. De volta à minha infância, você poderia sempre criar aqueles mundos imaginativos. Você simplesmente fazia. O que é bonito nos livros da Jo (Rowling) é que ela te leva para esse mundo onde você pode ver a linha divisória.

Eu queria que ele ficasse um pouco mais real porque eu acho que isso faz a mágica mais extraordinária. Se é pura fantasia, então você meio que… o contato com a audiência…

Quint: Há um desligamento.
David Yates: É, há um desligamento.

Quint: Eu acho que é por isso que algo como o SENHOR DOS ANEIS funciona. É uma fantasia épica gigantesca, mas é baseado em alguma realidade.
David Yates: É, realidade emocional. E há uma integridade real nisso.

Quint: Era sua prioridade ao dirigir seus atores encontrar e manter esse realismo? Porque as crianças tiveram boas performances no passado, mas nesse filme há uma naturalidade às performances, o jeito que eles se tratam e interagem…
David Yates: Bom, porque eu amo isso tudo. Para mim é muito importante… era uma prioridade absoluta para mim, chegar lá e trabalhar com eles. De novo, você fala do trabalho de Peter Jackson. O que eu amo na série é que eu acredito em todas as personagens, acredito nelas como pessoas.

Eu acredito que depois que você recebe o roteiro certo, o próximo grande desafio é garantir que você realmente sente que há uma verdade emocional e uma realidade emocional ali. Você poderia estar defendendo um grande reino de qualquer um, mas você tem que acreditar que aquilo realmente importa pra pessoa na tela.

É o mesmo com Dan e Rupert. Eu sei que pra mim foi crucial que eles acreditassem em tudo. Isso é crucial.

Quint: Outra coisa que eu realmente amei no filme, especialmente agora que você vai voltar para o sexto, é que você fez muitas pontes. Pequenas coisas, como Gina olhando para Harry e relacionamento de Rony e Hermione começando a se desenvolver para algo mais que amizade… Foi intencional da sua parte garantir que tudo isso fosse incluído?
David Yates: É, não. Alguns deles não estavam no roteiro. Você está no estúdio e de repente vem algo: “Ah merda! Quando eles estão todos andando, não seria realmente legal se…” sabe esse momento da Gina? Eu estava lá e pensei: “não seria ótimo?” Você sempre quer manter essa tensão viva.

Na verdade, com uma série de filmes uma das coisas que a audiência gosta é de deixar abertas algumas coisas que você vai resolver depois. Se você vai fazer uma série de filmes, me parece que ela, portanto, te dá liberdade para isso.

Então, nós começamos a fazer um pouco disso. É mais para os fãs porque eu acho que se a audiência não conhecer os filmes ou livros, talvez eles não peguem esse momento, mas os fãs certamente irão.

Quint: Bem, certamente não atrapalha o filme. Para as pessoas que os conhecem e entenderem, para elas vai significar muito e para aquelas que não sabem disso, eles nem vão registrar isso.
David Yates: É, exatamente isso.

Quint: Teve alguma coisa que você filmou que não chegou ao filme pronto?
David Yates: Uhum, algumas coisinhas. É complicado porque às vezes você grava uma cena e adora ou parece se encaixar muito bem e depois no fluxo das coisas todas, ela simplesmente perde o sentido.

Eu essa cena adorável com Imelda (Staunton) e Filch, porque eu amo Filch, logo após os fogos de artifício onde ela está em pé com todos os decretos quebrados em volta dela e seu cabelo está soltando fumaça. Está a ponto de pegar fogo e ela está simplesmente para ali, como uma vida calma, quando ele chega. Ele vê que o cabelo dela está prestes a entrar em combustão e ele não sabe bem o que fazer, se ele devia avisá-la, ou se ele devia ou não mexer no cabelo dela. Então ele começa a assoprar gentilmente, para tentar apagar o fogo.

É como um momento PLANES, TRAINS & AUTOMOBILES. É como uma pequena comédia realmente divertida.

Sabe, nós amamos a cena e nos todos a achamos ótima e depois, no fluxo do filme, ela meio que se perdeu.

Há outra cena maravilhosa onde Trelawney está sendo avaliada por Umbridge, uma grande cena de diálogo. Eu acabei tirando tudo, mas as duas estarão nas cenas extras do DVD.

Quint: Eu queria falar do ENIGMA DO PRINCIPE antes de ir porque é um dos meus livros favoritos da série…
David Yates: É um ótimo livro.

Quint: Eu acho que uma das maiores razões pra eu gostar tanto do livro é porque dois dos meus personagens favoritos estão em foco. Você tem Dumbledore e seu relacionamento com Harry, que está aparecendo mais do que em qualquer livro, e Snape e suas história. Dependendo do que acontecer no livro 7, claro, eu acho que Snape pode ser o herói trágico da série.
David Yates: É, eu sei.

Quint: Eu não sei como você está planejando abordar isso, mas eu espero que a história de Snape esteja muito… hm…
David Yates: Aparente, sei.

Quint: Obviamente você tem que manter o foco em Harry, mas…
David Yates: Não, não, não. É um filme muito diferente, na verdade, o 6º filme. É Sexo, Drogas e Rock´N Roll, muito disso, porque é muito sobre as políticas emocional e sexual dessas personagens, o que é ótimo.

Um dos meus filmes favoritos é AMERICAN GRAFITTI. Nele nós lidamos com angústia adolescente e toda essa fase de rebelião e lutando contra si mesmo de uma forma mágica e metafórica.

E no próximo, vai ter um ritmo bem diferente. Snape é absolutamente um pivô para isso. Eu acho que ele é um ótima personagem por causa de toda a ambigüidade.

Quint: E Alan Rickman o faz tão bem.
David Yates: E Rickman o faz brilhantemente. E a ambigüidade é tão envolvente e excitante. Eu estava dizendo ao Steve Kloves, que está fazendo a adaptação, eu lhe dizia ontem à noite, “eu não posso esperar para começar a dirigir algumas dessas coisas”. É ótimo, é realmente divertido.

E tem muito menos história de Dan no próximo filme. Dan tem um bom papel nele. Ele tem a chance de esticar seus músculos cômicos porque ele tem algumas cenas engraçadas. E Rupert é grande no próximo… e Lilá Brown e todo esse relacionamento. E o de Rupert e Emma é adiado. Tem coisas realmente engraçadas.

E o relacionamento entre Dumbledore e Harry é realmente tocante. Dumbledore é bem interessante porque parece que ele está preparando tudo para sua própria morte de um jeito muito interessante.

É uma dinâmica diferente dessa vez porque há muito mais entre Dumbledore e Harry. Eu acho que nós vamos ficar bem nesse. Eu tenho um bom sentimento.

Quint: Você considera voltar para RELIQUIAS DA MORTE?
David Yates: Sabe do quê mais? Nós falamos sobre isso, mas eu acho que preciso me enfiar nesse próximo, realmente. Chegaremos lá eventualmente.

 

Foi isso o que eu consegui. Eu realmente instiguei Yates. Eu acho que ele tem a paixão e o talento para essa série. Se ele conseguiu fazer um filme realmente bom do livro mais fraco da série, eu não posso esperar para ver o que ele vai fazer com um dos melhores.

Certo, o único que falta agora é minha conversa com Daniel Radcliffe. Não poderei transcrevê-la até eu deixar Londres, mas gastarei todos os meus esforços para terminar e publicar no site no começo da próxima semana. Isso marca o retorno triunfante das minha brincadeira de pergunta suja!