Lodge, Sally. “Novamente na estrada”. Publishers Weekly, 13 de dezembro de 1999.

Escritores e ilustradores compartilham histórias de suas turnês
Impulsionados pela temporada de compra de presentes, o outono é sempre uma época frenética para os editores infantis e os escritores e ilustradores que eles mandam para as turnês. Alternando o gasto de incontáveis horas arrumando sessões de autógrafos com entrevistas sobre os livros, os publicitários perdem sono, atormentados por perguntas irritantes, incluindo as inevitáveis e genéricas (Nossa escritora vai conseguir pegar sua conexão aérea agendada? Os livros vão chegar à loja antes dela?) e preocupações específicas (Um terremoto vai atingir a Califórnia enquanto nossa escritora estiver lá? Alguém vai aparecer na sessão de autógrafos da Madison durante o jogo dos Packers em casa contra os Bears?)

Como descobrimos, os publicitários que organizaram as turnês de escritores neste outono receberam respostas afirmativas para estas duas últimas perguntas. E os livreiros tiveram que andar muitos quilômetros para acalmar as mentes da equipe de publicidade e vendas da Scholastic: as livrarias vão conseguir acomodar os exércitos de devotos a Harry Potter que querem encontrar J.K. Rowling? Continue a ler para descobrir mais sobre estes e outros eventos, à medida que a Publishers Weekly analisa anedotas de alguns ápices de seis turnês recentes.

J.K. Rowling
Uma criança confidenciou, “Nunca terminei um livro até que li Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Um pai contou à autora que o mesmo romance foi o primeiro livro que seu filho disléxico já conseguira ler. E um menino de 13 anos caiu no choro quando chegou à mesa de autógrafos.

Estes são apenas três dos muitos encontros memoráveis de J.K. Rowling com seus fãs em sua recente turnê para promover sua terceira saga, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. A editora reimprimiu o livro duas vezes antes da data de lançamento no dia 8 de setembro, ponto no qual havia 900.000 exemplares sendo impressos. Esse número cresceu para 4,1 milhões de exemplares, ajudando a empurrar as vendas de todas as três edições capas-duras, além da edição em brochura do livro inaugural, somando incríveis 17,4 milhões de exemplares.

Tendo autografado cerca de 40.000 livros nas 31 livrarias durante sua visita de três semanas aos Estados Unidos, Rowling voltou para casa em Edimburgo à véspera do Dia das Bruxas. “A qualquer lugar que fôssemos, a reação para Jo era a mesma que para uma estrela do rock”, disse Kris Moran, diretor de publicidade da Scholastic, que escoltou a autora em sua turnê por oito cidades. “Crianças e adultos gritavam, ‘Eu te amo!’ e a aplaudiam alto quando ela chegava às lojas”.

Moran estima que a média de público nas sessões de autógrafos de Rowling tenha sido de 1.000 pessoas. Em Santa Rosa, duas livrarias – Copperfield’s e Reader’s Books – juntaram forças para apresentar a autora numa escola secundária local e 2.400 fãs apareceram por lá. Em cada evento, um bom número de adultos e jovens apareceu a caráter, vestidos como Harry, Hermione, Dumbledore, Edwiges, a coruja, e até mesmo a mulher gorda que se encontra em um corredor de Hogwarts.

E embora em todas as lojas tenha havido filas longas, que dobravam quarteirões, para chegar à mesa de autógrafos, disse Moran, os livreiros tiveram bastante dificuldade para manter os fãs entretidos, contratando pintores de rosto ou mágicos para atrair as multidões. Steve Geck, diretor dos livros infantis da Barnes & Noble, presenciou as aparições de Rowling em Westport, Connecticut (onde se diz que as filas começaram a ser formadas às 3 horas da manhã para uma sessão às 13 horas) e numa das lojas de Los Angeles. Ele notou que os membros da equipe “andavam pela fila, entregando kits de atividades e tatuagens, e periodicamente faziam quizzes de Harry Potter para manter as crianças entretidas”.

Apesar da impaciência dos fãs para encontrar a autora, elas foram, de modo geral, impressionantemente bem-educadas, observou Geck. “Todos – desde crianças realmente pequenas, às quais os livros foram lidos, até adolescentes que vinham em grupos – estavam muito entusiasmados com o encontro com essa pessoa inacreditável. Ela agradeceu a todos e a cada um deles por lerem seus livros e por vir encontrá-la. Quando ela via um garoto usando óculos, dizia que ele se parecia um pouco com Harry. Ela fez todos se sentirem bem – as pessoas simplesmente flutuavam ao deixar a mesa”.

Traduzido por: Renan Lazzarin em 25/12/2008.
Revisado por: Daniel Mählmann em 16/05/2010.
Postado por: Vítor Werle em 10/01/2009.
Matéria original no Accio Quote aqui.