Ezard, John. “A vida real de Harry Potter não tem truques”. The Guardian (Londres), 12 de julho de 1999.

A vida real de Harry Potter foi descoberta ontem.

Mas, como todas as bruxas e bruxos formados na escola de magia, de Joanne Rowling, ele cresceu e deixou a as fantasias e criaturas fantásticas para trás.

Ian Potter é, agora, um professor de mergulho em Yate, próximo a Bristol. Com 32 anos, pai de dois filhos, ele fica constrangido ao ser lembrado que já fora um trapaceiro, que costumava colocar lesmas na comida dos colegas.

“É verdade”, ele admite. “É o jeito como as lesmas deixam um rastro viscoso e brilhante, por onde passam. Não importa onde você coloca a lesma, ela deixa seu rastro”.

Sr. Potter, um garoto com “um infindável senso de aventura”, e sua irmã Vikki foram identificados num breve comentário de uma rara entrevista com a escritora cujo terceiro livro quebrou recordes de venda, semana passada.

Sra. Rowling falou de suas brincadeiras de bruxos e bruxas, na vila de Winterbourne, próxima a Bristol. “Um grupo de crianças, incluindo eu e minha irmã, costumava brincar em nossa rua”.

“Dois dos nossos colegas eram um casal de irmãos cujo nome era Potter. Sempre gostei deste nome”.

Vikki, 31, a diretora de uma loja de softwares, falou: “nosso passatempo favorito era se vestir com bruxas. Acho loucura existir um herói chamado Potter, mas é típico da Joanne. Ela sempre tinha idéias, especialmente nomes, gravados na mente.

“Ian sempre foi a inspiração perfeita para um bruxo. Ele era um pesadelo, sempre aprontando.

“Uma vez ele falou que eu, Joanne e sua irmã Di corressemos sobre sobre o chão molhado, e nós fizemos, ignorando completamente as consequências.

“Ele fazia coisas como desestabilizar minha bicicleta, colher girinos num balde e espalhar a gosma por todo lado.

“Ele tinha algo com lesmas. Quando fazíamos piqueniques, ele sempre as colocava nos pratos”.

O pai, Graham, 61, dono de uma loja de motores, disse: “ele está bem agora. Mas levou 28 anos para que crescesse”. A mãe, Ruby, disse: “naquela época, todas as crianças que viviam pelas ruas costumavam brincar juntas. E não era só Joanne contando histórias.

“Todos gostavam de contar histórias, pois não tinham os entretenimentos de hoje em dia”.

Ian falou: “fico muito feliz por Joanne. Fico muito feliz por qualquer um que possa trabalhar com algo que gosta”.

Traduzido por: Denebola Black em 09/02/2007.
Revisado por: Helena Alves em 03/06/2006 e Antônio Carlos de M. Neto em 12/03/2008.
Postado por: Fernando Nery Filho em 04/05/2007.
Entrevista original no Accio Quote
aqui.