ELENCO E EQUIPE TÉCNICA
Sci-Fi Magazine
Tradução: Daniel Mählmann e Thaís Teixeira

Tem sido uma longa jornada sem feitiços para os fãs de Harry Potter. Dois anos atrás, o sétimo e último livro na saga de JK Rowling sobre o garoto bruxo chegou às livrarias no mesmo mês que a versão cinematográfica do Livro 5 desembarcou nas salas de cinema. Finalmente, a versão cinematográfica do Livro 6, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, está previsto para lançar em 15 de julho pela Warner Bros. Ele era esperado originalmente nos cinemas no outono passado – mas isso foi antes do efeito cascata da greve dos roteiristas inspirar os estúdios de cinema para mover estrategicamente a programação dos seus filmes mais importantes como peças em um tabuleiro de xadrez.

Com o próximo filme Harry Potter finalmente à vista, parece que a espera tem valido à pena.

Os tempos mudaram para os personagens no mundo Harry Potter. Lord Voldemort retornou ao poder, e ele está aterrorizando os trouxas. Tramas macabras estão sendo preparadas, com o Prof. Snape (Alan Rickman de Razão e Sensibilidade) e Draco Malfoy (Tom Felton) no centro delas. Mas quando o novo ano escolar começa em Hogwarts, Harry usa um antigo livro-texto de poções pertencido anteriormente a um estudante que se intitulava como o Príncipe Mestiço. Esse “príncipe” acrescentou uma grande quantidade de suas próprias notas nas receitas de poções do livro, e Harry fica tão intrigado com elas que promete descobrir a verdadeira identidade do Príncipe Mestiço. Ao mesmo tempo, Harry trabalha lado a lado com Dumbledore para explorar os mistérios do passado de Lord Voldemort.

“Todas as cenas com Dumbledore foram bastante difíceis, mas elas foram muito divertidas”, diz Daniel Radcliffe (que interpreta Harry Potter). “O desafio é o que você sempre vai gostar mais, ao meu ver. Esse foi um desafio, mas não foi um daqueles desagradáveis. [Gambon] é maravilhoso e eu o amo e ele é um dos maiores atores com quem eu já trabalhei, mas é incrível porque ele estará tentando freneticamente fazer você rir até o momento em que o diretor diz ‘Ação’. Acho que ficarei vagamente feliz com as cenas entre mim e o Michael Gambon. Acho que elas ficarão boas. Por gostarmos bastante um do outro na vida real, tenho esperança de que isso se transporte para as telas. Eu nunca vou ficar feliz com a minha atuação, porque acho que quando você começa a se sentir totalmente feliz com a sua performance, então provavelmente é a hora de parar de atuar, porque você não tem para onde ir. Além disso, a auto-crítica é algo muito positivo”.

“Acho que nós contamos a história muito bem”, diz Radcliffe sobre a comparação do filme com o livro de Rowling. “Todos os pontos principais da história estão lá, em termos do relacionamento de Rony com Lilá e a briga entre ele e Hermione, que está, obviamente, carregada sexualmente. E o relacionamento de Harry com Gina está lá, e todas as coisas com Dumbledore e Slughorn – e o funeral da Aragogue [a aranha gigante]”.

Devido aos últimos filmes Harry Potter terem incluído elementos obscuros e sérios, um dos objetivos de Harry Potter e o Enigma do Príncipe é retornar à leveza dos primeiros filmes da série. O relacionamento romântico entre o amigo de Harry, Rony Weasley, e a colega de classe Lilá Brown – e o consequente conflito entre Rony e Hermione – abre o caminho para a comédia. O mais novo professor em foco de Hogwarts, Prof. Slughorn (Jim Broadbent de Moulin Rouge!), é uma boa lufada de ar fresco e de humor no despertar do reinado de terror provocado por Dolores Umbridge no filme anterior.

“Acho que seria muito, muito tolo supor que eu conheço o Harry melhor do que ninguém”, diz Radcliffe. “Porque o Harry é alguém criado por JK Rowling. Mas existem coisas com as quais estou confiante agora. E particularmente com uma neste filme, porque existem mais alguns elementos humorísticos nele. Acho que posso atuar com um pouco mais de leveza e ser bastante bobo e estúpido – não uma atuação sempre top de linha, porque odeio isso. Existem pequenos detalhes idiotas que eu coloquei gradualmente ao longo do caminho que agora eu tenho mais confiança para fazer”.

“Isso o torna muito mais divertido de fazer. Eu realmente gosto de fazer todas as coisas cômicas neste filme. É uma boa diversão, mas, em última instância, eu fico sempre no meu momento mais feliz quando estou fazendo uma cena onde grandes idéias estão em jogo e é o tipo de coisa muito ‘os garotos estão em uma aventura salvando o mundo’. Nós tentamos e interpretamos isso de uma forma muito discreta e séria – não estamos o elevando, o que seria fácil de fazer. Fazer uma cena onde as apostas são muito, muito altas, o nível de intensidade no set é muito maior, não apenas do elenco, mas da equipe também. E todos querem fazê-la direito. Simplesmente te engrandece como ator fazer cenas que são sobre grandes questões”.

David Yates (Harry Potter e a Ordem da Fênix) foi convidado para dirigir Harry Potter e o Enigma do Príncipe enquanto trabalhava na edição do filme anterior. “Era difícil dizer não, porque aqui é tão divertido”, Yates diz sobre a sua decisão. “Você tem todos esses recursos maravilhosos. Eu tenho uma equipe ótima. É um monte de pessoas maravilhosas com quem trabalhar. Por isso, demorou cerca de 20 segundos para tomar a decisão. E também continuar a série de histórias, seguí-las, descobrir algumas ligações entre os filmes, os pequenos detalhes que você pode espalhar por eles tornam os filmes não apenas algo independente por si só, mas parece conectado ao que vem depois”. Yates vai continuar espalhando esses pequenos detalhes pelo resto da série. Ele está atualmente dirigindo Harry Potter e as Relíquias da Morte, que será feito em dois filmes diferentes: partes um e dois do livro 7.

“Eu aprendi tanto sobre efeitos visuais [em Harry Potter e a Ordem da Fênix]”, disse Yates. “Eu nunca tinha gravado um filme de efeitos visuais antes. Eu escolhi injustamente muito rápido da última vez, porque sempre fui um grande fã de filmes voltados para efeitos, eu cresci com Star Wars e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, então eu era uma criança realmente interessada”.

Yates também descobriu que trabalhar em uma autêntica megaprodução tem sérias regalias, “Você tem uma relação realmente boa com as pessoas. Quando você anda por esse lugar, é grande, é flexível. Para uma grande infraestrutura, ele pode responder muito rapidamente. Eu posso surgir com uma ideia de manhã, e nós podemos tentá-la de tarde, o que é realmente bom”.

Outras ideias para filmar o Livro 6 necessitaram de mais tempo e pesquisa. “Existiram dois desafios significantes nesse filme”, diz o diretor de arte Stuart Craig. “Um foi a caverna submersa onde Dumbledore e Harry vão para achar a Horcrux. É um enorme ambiente de computação gráfica (CG) com algumas partes significantes realmente construídas: a praia onde eles ficam e puxam o barco para fora, e a ilha onde a Horcrux está. E a outra coisa que estamos quase terminando é a Torre de Astronomia. Eu estou bastante satisfeito com ela”.

“Eu tenho tendência a pesquisar. Mesmo que nesse caso seja um ambiente completamente de fantasia, nós realmente pensamos, ‘Bem, que tipo de caverna poderia ser? Poderia ser uma caverna de pedra calcária. Poderia ter estalactites. Poderia ser uma caverna de cristal. Nós decolamos para a Suíça para uma caverna de quartzo. Fomos a uma mina de sal perto de Frankfurt e olhamos uma caverna de cristais de sal na Alemanha. A que vimos era enorme. Nós viajamos 23 quilomêtros de carro no subterrâneo. É absolutamente vasta – essa mina vem funcionando há anos. E ela foi a inspiração – os cristais de sal foi o que copiamos no cenário de computação gráfica. E isso dá a ele um tipo de credibilidade, uma realidade geológica. E esse é o fundamento”.

“O que me intriga agora é como você consegue ir mais longe”, Yates continua. “Nós trabalhamos com algumas das melhores empresas do mundo – é assim que fazemos as coisas melhores e como nós promovemos o que essas coisas podem entregar para o enredo. Então eu estou bastante intrigado com isso nesse filme – como nós fazemos as coisas melhores que da última vez, porque você sempre quer que as coisas melhorem”.

Yates recebe notas altas de seus jovens atores a respeito de trabalhar com eles para atuarem melhor. “Por sermos atores muito mais maduros agora, nós estamos chegando ao ponto em que podemos encontrar novas áreas e novos aspectos dos personagens por nós mesmos, sem sermos guiados pela mão, o que precisávamos no passado”, diz Radcliffe. “Dessa vez, David obviamente ainda nos encoraja para achar maneiras diferentes de fazer as coisas, mas ele também deixou por conta própria em termos de ser capaz de se concentrar em fazer o filme e em um contexto geral em vez de performances individuais. Nós podemos ser ligeiramente encarregados disso por nós mesmos agora”.

Matthew Lewis (que interpreta Neville Longbottom) também gosta do estilo de Yates. “Todos os diretores foram magníficos. Mas David foi ótimo motivando a todos e assegurando-se que todo mundo no set de filmagens soubessem o que estavam fazendo. Ele vinha e dizia, ‘Essa é a minha ideia para o papel, mas você o interpreta por sete anos – o que você acha?’ E nós conversávamos por uma eternidade, e havia mais coisas acontecendo, mas ele focava em você individualmente e criava algo perfeito para a cena. Eu realmente gostei disso”.

“Eu gostei completamente de trabalhar com o David”, adiciona Felton. “Nós nos demos bem de primeira”. No filme anterior, o tempo de Felton na tela foi mínimo porque para o seu personagem, Draco Malfoy, foi dado pouco para fazer. Isso está mudando em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, onde o papel de Draco é significante, dando ao Felton a oportunidade de estender a sua atuação.

“David é muito bom acerca dele saber que você conhece o seu personagem”, Felton diz. “Ele faz perguntas. Ele pergunta a sua opinião e trabalha com você ao invés de lhe dizer para fazer coisas. Nós estamos constantemente experimentando novas emoções para a mesma cena e tentando coisas diferentes. Ele está sempre experimentando. Eu me deleito com isso. Ele tinha uma imagem clara do que queria desde o início, e eu concordei com ele todas as vezes. Mas em uma cena que estávamos fazendo, nós fizemos várias tomadas: em uma, [Draco Malfoy ] está se sentindo ultra-confiante, e em outra, ele está destruído por dentro e tentando mostrar que está se sentindo confiante quando, na verdade, está mostrando emoções contrastantes.

Qual estará na edição final, eu não tenho nenhuma idéia, mas tem sido uma filmagem divertida”.

APROXIMANDO-SE DO FIM DE UMA ERA
Durante os últimos 10 anos, um mundo mágico tem evoluído dentro de um antigo aeroporto cerca de uma hora de distância de Londres: esse mundo é inventado no set, onde todos os filmes Potter foram filmados.

A maioria dos sets de filmes são construídos e destruídos em seguida em questão de meses. Mas isso não aconteceu quando Harry Potter e a Pedra Filosofal acabou se tornando um sucesso em 2001 – e, ao mesmo tempo, a série de livros estava se tornando mais popular naquela época. Algumas pessoas que trabalharam no primeiro filme não esperavam mais que um livro na série para ser filmado, mas à medida que Harry Potter virava um fenômeno, o mágico set de filmagens fora de Londres ficou intacto na antecipação de cada filme de Harry Potter para ser filmado. Por ninguém saber o que J.K. Rowling iria incluir em qualquer dos livros de Harry Potter que ela estava escrevendo, os cineastas decidiram que seria sensato guardar tudo o que foi criado para todos os filmes de Harry Potter, só para o caso de ser necessário para os filmes futuros. Isso inclui todos os cenários, como o escritório de Dumbledore, como também criaturas como a aranha gigante Aragogue. Agora, o último livro de Harry Potter está sendo filmado e será lançado em dois filmes diferentes: partes um e dois do livro 7. E assim que as filmagens estiverem completas, os cenários serão demolidos finalmente.

“Eu vi vários sets de filmagens serem demolidos – eu deveria estar acostumado com isso”, diz o diretor de arte Stuart Craig. “Mas eu nunca vi nenhum que tivesse durado 10 anos. O Salão Principal tem um verdadeiro piso de pedra. É um pouco como o Muro de Berlim – você consegue ver as pessoas na fila esperando para comprar batatas do chão”.

O Salão Principal é um exemplo da atenção para os detalhes de cada set de filmagem. Além do piso de pedra de Yorkshire, a mobília de jantar é feita à mão, direto da ferraria especificamente para o set de Harry Potter. Através dos anos, os atores mirins puderam deixar pichações do mesmo modo que os estudantes de Hogwarts devem ter feito. Para os atores que cresceram no set, ir embora será tão difícil como se eles estivessem se formando do mágico internato para bruxos e bruxas.

“Está chegando a um fim em breve”, diz Matthew Lewis, que interpreta o papel de Neville em todos os filmes de Harry potter. “Eu estou tentando muito não pensar sobre isso. Será muito estranho naquele último diz.

“Realmente me assusta quando eu penso, ‘O que eu estaria fazendo agora se não tivesse Harry Potter?’ Me intimida um pouco porque me diverti tanto – conhecendo as pessoas, filmando um filme de Hollywood, e indo às estreias. É inacreditável. Realmente me assusta pensar o que eu estaria fazendo agora se não fosse por Harry Potter, porque tem sido uma experiência tão incrível que eu realmente não quero parar”.

Uma das mudanças mais marcantes para o personagem de Draco é que apesar dele ainda não ser um adulto, foi lhe dada a tarefa de cometer um assassinato. “Esse livro revela muito sobre Draco”, Felton fala sobre o Livro 6 na série Harry Potter. “Quando estava lendo, eu não sabia se ele iria adiante com isso ou não. Eu gostaria de pensar que seu impulso de querer ser o escolhido e tomar o lugar de Potter foi muito maior do que o seu receio de matar alguém. Até o último minuto, eu pensei, ‘Sim, ele vai fazer isso’. E então ele baixa a sua varinha – ele nunca realmente teve esse desejo nele. Isso foi uma revelação para mim. Ele não tem metade do coração de Harry – embora matar alguém não é algo para se ter coração -, mas você precisa de coragem e ousadia que não aparecem em Harry. Lembro-me quando o livro saiu, eu estava tipo, ‘Vou esperar pelo roteiro, porque não quero me preparar para uma cena que não vai estar lá”. Um amigo o comprou e disse, ‘Você está bastante presente neste aqui’, então eu naturalmente o comprei e o li rapidamente de cabo a rabo em 24 horas. Não me lembro o que esperava: [Draco] matar ou não. Eu gosto muito do fato dele não ter feito isso. Acho que isso o separa do resto do lado das trevas. Ele é muito humano, o Draco. Mais do que o resto deles, de qualquer maneira”.

“Nos filmes anteriores, eu sempre tentava ler o roteiro mais do que o livro e não fazer muitas referências futuras, porque [Draco] não sabe o que vai acontecer nos próximos anos, então você não quer que isso afete muito o seu julgamento. Da mesma forma, eu sou apenas humano e tenho lido cada livro várias vezes. Não consegui parar de ler o sétimo livro uma vez que o abri”.

A tensão entre Felton e Radcliffe na tela é palpável, então a sua relação na vida real pode surpreender alguns telespectadores. “Eu e Tom tivemos ótimos momentos neste filme”, Radcliffe diz. “Nós também nos tornamos realmente muito próximos. Realmente nos demos muito, muito bem. Isso tem sido maravilhoso. Pelo que vejo, Tom tem feito uma atuação realmente ótima que está muito próxima ao que está nesse roteiro, ao invés do que eu suspeito que possa estar no próximo”.

Como seus jovens colegas, Radcliffe tem crescido no set de Harry Potter, mas já começou a diversificar suas atividades para expandir sua carreira de ator. Sua decisão de estrelar na versão teatral de Equus – primeiro em Londres e, depois, na Broadway – levantou algumas sobrancelhas nos Estados Unidos porque a peça o obrigou a realizar uma cena nu. Surpreso ao ouvir sobre esta resposta, Radcliffe diz, “As pessoas podem protestar o quanto quiserem. Isso não significa que sou obrigado a escutá-las. O fato é que é a minha própria carreira e as minhas próprias decisões. Não é sobre as idéias das pessoas que elas querem que eu seja um Peter Pan para sempre e permaneça jovem e nunca mais na minha vida trabalhe e faça nada vagamente controverso em termos de produção”.

“Equus é uma bem escrita peça de pensamentos provocantes. Não é nudez gratuita. Gostaria de perguntar quantas das pessoas leram além das manchetes e realmente tiraram tempo para ler a peça. Duvidaria que fosse mais do que um punhado desses que protestaram. Penso que essas coisas surgem a partir de uma determinada quantidade de ignorância sobre o tema. Acho que são pessoas inteligentes que estão fazendo isso. Se alguém tivesse realmente sentado e falado com eles sobre o que era a peça, e ela era sobre a natureza da psiquiatria e por que as pessoas podem se ferrar com imagens aleatórias durante toda a sua vida, então provavelmente seriam muito mais razoáveis sobre ela. Isso me chatearia se viesse de qualquer outro lugar que não um lugar de ignorância. Não acho que isso vai acontecer de novo, porque agora foi provado que não prejudicou os filmes Harry Potter. Após fazer Equus, o quinto filme saiu e foi muito bem.”

Radcliffe descreve o apoio que recebeu depois de tomar a decisão de estrelar em Equus, “As pessoas tinham assumido que os produtores de Harry Potter e o estúdio estavam realmente chateados comigo – e eles simplesmente não estavam. Era um trabalho inteiramente de ficção. Eu tive o apoio deles desde a palavra ‘vá’. Eles estavam envolvidos em todo o processo – e tinham de estar, porque estavam tentando agendar o próximo filme em torno disso. Nunca foi um problema para eles.”

Uma questão encarando Radcliffe é como é fácil especular que, ao estrelar como Harry Potter, ele se arriscou com a maldição de ser marcado por esse papel. Ao considerar a possibilidade de que vai sempre vai ser descrito como “o antigo Harry Potter”, Radcliffe diz, “Se esse for o caso, então só terei a mim para culpar. Se eu conseguir sair e fazer trabalhos suficientes e trabalhar o mais duro que eu conseguir, então em 20 anos eu conseguirei com sorte criar o suficiente de um perfil diferente para mim, ao invés de apenas ‘o cara que interpretou Harry’ que não será o instinto das pessoas de fazer isso. Agora, eu me dou conta que esse comentário pode voltar para me assombrar daqui 30 anos quando eu ainda estarei sendo apresentado como ‘o cara que interpretou Harry Potter,’ mas com sorte isso é algo para eu fazer, então não é o caso.

“Eu comecei esse processo de me separar desse personagem. Equus obviamente foi recebida muito bem em Londres e com sorte será recebida muito bem em Nova Iorque também. My Boy Jack foi muito bem na Inglaterra, e as pessoas parecem que realmente gostaram. É um processo gradual, mas eu com certeza acho que estou no caminho certo”.

Enquando Radcliffe está caminhando para moldar seu próprio futuro de ator, ele também está ciente de que o projeto em que ele investiu metade de sua vida em breve chegará ao fim. “Eu tive uma semana de folga nessa semana, e eu não soube o que fazer com esse tempo. Eu acho que finalmente acabar [os filmes de Harry Potter] será bizarro e muito estranho. E um pouco emocionante em alguns aspectos porque então eu estarei fora no extenso mundo e livre para pegar e escolher muito mais projetos à vontade, enquanto que agora se um projeto maravilhoso estiver disponível para fazer potencialmente, eu geralmente digo que não estou disponível para fazê-lo, o que é muito lamentável. Isso será emocionante.

“Mas igualmente estarei muito, muito triste de deixar isso para trás e deixar muitas pessoas para trás. Eu ficarei muito triste. Eu realmente penso que esses filmes, particularmente os últimos, resistirão à prova do tempo. Eu não acho que eles envelhecerão. Eu gosto de pensar neles como filmes de fantasia não no estilo de qualquer outra coisa sendo produzida ao mesmo tempo como o Senhor dos Anéis, que são filmes muito bons, mas eu gostaria que esses filmes fossem lembrados do mesmo jeito que “Os Argonautas” de Ray Harryhausen. Aqueles são os filmes que eu amo. Em termos de filmes mágicos de fantasia, isso são as coisas que eu gostaria de ser juntamente lembrado”.