ORDEM DA FÊNIX
Times Online
28 de junho de 2007
Tradução: Patrí­cia e Adriana
Harry Potter e a Ordem da Fênix – A Primeira Resenha

Economistas contam o número de guindastes para construir locais no centro de Tóquio. Ambientalistas procuram pragas de Águas-vivas no mar do Japão. E uma pista para a caixa de serviço japonesa, Hollywood examina o imperdoável índice Narita o número de mulheres históricas que saúdam uma estrela famosa no aeroporto.

Quando ele chegou à  Narita para a estréia japonesa há cinco anos, Daniel Radcliffe foi saudado por uma brigada histárica de 2.300 fãs. A chegada do ator adolescente na quarta-feira “reconhecidamente muito cedo de manhã” tinha uma platéia de apenas 30 pessoas pedindo autógrafos.

E, no Japão especificamente, a Warner Brothers tem bastante divulgação de Harry Potter e a Ordem da Fênix, o quinto volume das crônicas do personagem fictí­cio mais bem sucedido do mundo.

Coletivamente, Hollywood decidiu que estava na hora de tratar a audiência japonesa com um pouco mais de respeito. Portanto, o ultimo filme de Harry Potter foi a terceira premiere mundial de Hollywood (depois de Homem-Aranha 3 e Piratas do Caribe: No Fim do Mundo) a ser feita em Tóquio em três meses.

Na quinta-feira, em uma cavalgada de efeitos especiais sem brilho ao ar livre, um raio de luz e de glamour jovem brilhou, você podia ver que um esforço estava sendo feito. Da parte deles, um público esparso de trouxas duros de morrer do Japão pelo menos fingiu aceitar a isca, a linha e o anzol em sua cidade enfeitada.

O filme em si é uma traquinagem sólida, mágica e ocasionalmente espetacular que luta sem sucesso o medo e a diversão que ainda não tivemos nos volumes anteriores. É bem mais cruel que seus precedentes e começa a nos introduzir adequadamente à idéia de que não estamos mais no parquinho mágico, mas na rota de um confronto épico com vítimas reais.

A história principal no palco nesse ciclo é a cruzada de Harry e Dumbledore para persuadir um mundo bruxo cada vez mais paranóico e desconfortável de que o seu vilão inominável, Voldemort (interpretado por Ralph Fiennes), retornou. As habilidades de ator de Radcliffe (Harry), Rupert Grint (Rony Weasley) e Emma Watson (Hermione) melhoraram, mas não o suficiente para realmente encarnar os personagens e provir a profundidade narrativa que esse filme com enredo avançado, transicional precisa. Eles conseguiram “raiva” e “determinação” a essa altura, mas lutam com algumas nuances de caretas. As psicoanalises de Harry falando alto de Voldemort são terrí­veis.

Dos adultos, Imelda Staunton como Dolores Umbridge “usurpadora de Dumbledore em Hogwarts” é primorosamente desagradável. Helena Bonham Carter como a vilã Belatriz Lestrange é um talento brilhante mas mal utilizado.

O diretor, David Yates, inseriu alguns toques bonitinhos, incluindo a explosiva transferência dos gêmeos Weasley do mundo escolar para o mundo do comércio varejista. Mas acima de tudo, há pouco daqueles alegres pequenos momentos de uso das parafernálias mágicas que pontuaram e animaram os filmes anteriores.

O quinto – e mais longo – livro em que se baseia este filme á um ponto crucial, mas vago na saga. Muito é explicado, muita coisa é deixada em aberto e não há o mesmo ritmo de ação a que os leitores estavam acostumados nos episódios anteriores (especialmente no Cálice de Fogo). O livro deixa isso de fora porque foi torturante naquilo que nos ocultou. O filme, porém, uma digestão necessária das 800 páginas, nos deixa vagamente incomodados que a solução dos enredos esteja agora há dois filmes de distância.

O maior problema, porém, não está no filme em si, mas na aproximação do fenómeno Potter universal que atinge seu ansioso público. A maiora dos fãs estão mais focados no lançamento do épico sétimo livro em três semanas e sua promessa de resolver os incontáveis mistórios. Como a espera pelo livro final é insuportável, há momentos em que este filme, que de outra forma seria agradável, embora muito bem feito e sem problemas em si mesmo pareça uma tarefa.

Harry Potter e a Ordem da Fênix será lançado no Reino Unido em 12 de julho.