Lauer, George. “Alegria dos fãs de Harry Potter em ver a autora”. The Press Democrat (Santa Rosa, CA), 30 de outubro de 1999.

Em seus livros, há essa substância mágica chamada Pó de Flu, uma pitada do qual leva personagens de modo desorganizado de um lugar para outro em um borrão de movimento. Eles chegam um pouco arranhados e confusos, mas essencialmente sãos e salvos.

Joanne Rowling, que se passa por J.K. em seus livros – e aproximadamente 2.500 dos seus adoráveis fãs se sentiram como se tivessem ido a um passeio com Flu sexta-feira á noite em Santa Rosa.

A autora dos fenomenalmente bem-sucedidos livros de Harry Potter falou brevemente e então se organizou para autografar o tanto de livros que seu braço pudesse agúentar na Maria Carrillo High School.

Para Rowling, foi a penútima parada em uma viagem com Flu de três semanas pelos Estados Unidos, aparecendo noite após noite para multidões em pé que queriam estar na mesma sala que a pessoa que criou um mundo paralelo de magia tão incrí­vel.

Seus três livros, Harry Potter e a Pedra Filosofal, Harry Potter e a Câmara Secreta e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. 1, 2 e 3 na lista de mais-vendidos de ficção do New York Times esta semana, um feito sem precedentes para qualquer autor em qualquer uma das listas do jornal, ficção, não-ficção, livros infantis ou livros para adultos, de acordo com responsáveis.

“Bem, tem bastante gente,” disse Rowling depois de ser cumprimentada com entusástico reconhecimento e ruidosas pisadas no chão. “Da última vez que vim aqui haviam somente cinco pessoas. Onde estavam todos vocês então?”

O “aqui” a que ela se referiu foi a baí­a de San Francisco. Logo depois que seu primeiro livro foi publicado, antes de ela e Harry terem se tornado tais celebridades, ela recebeu uma recepção menos violenta em uma livraria na baí­a do Sul”, explicou Richie Partington, comprador de livros infantis para a Copperfield’s Books.

Em uma voz animada com sotaque do norte da Inglaterra, Rowling leu do seu segundo livro uma passagem sobre Dobby, um elfo “com orelhas de morcego e salientes olhos verdes do tamanho de bolas de ténis”. A voz de Dobby, alta e frágil e cheia de vida pelas cansadas cordas vocais de Rowling, soavam como o pequeno Yoda de “Star Wars”. Estava simplesmente certo, e você podia quase sentir a multidão amassada relaxar com o alí­vio “Sim, ela é de verdade”.

Ela deu algumas dicas de pronúncia como: Her-My-Ohknee (em inglês), ela disse, sobre a protagonista feminina, Hermione. Ela enumerou algumas pronúncias diferentes engraçadas que ouviu em sua viagem pelos Estados Unidos. “No entanto meu favorito foi Hermie-One, eu gostei desse,” disse Rowling.

Ela não disse muito sobre o próximo livro mas ela revelou que um dos personagens vai morrer antes de terminar os sete volumes da série. “Não vou dizer qual, mas vou dizer que um deles morre”.

Ela disse, ao contrário dos rumores que circulam pela Internet, que o quarto livro não será chamado Harry Potter e a Copa Mundial de Quadribol.

“Eu não sei qual será, mas não será esse,” disse Rowling.

“Será, também,” veio uma pequena voz do público.

“O que você quer dizer,” Rowling riu de volta. “Quem está escrevendo o livro?”

O livro quatro, qualquer que seja seu nome, sai em julho.

Lançar um produto literário tão ‘quente’ foi uma vitória para a Copperfield’s and Readers Books em Sonoma, que colaborou para a aparição de Rowling.

Tom Montan da Copperfield’s disse que os dois vendedores de livros independentes apoiaram a série de Harry Potter antes e a editora, Scholastic, gostou e se lembrou disso quando a turnê foi agendada mais cedo este ano.

Em pé atrás de Rowling enquanto ela autografava livros, um homem particularmente trouxa em um casaco preto ficava de olho nas entradas (trouxas, para aquele que não leram um livro de Harry Potter ainda, são humanos sem humor, não mágicos que tem dificuldade para ver as maravilhas da vida em volta deles). O rapaz de casaco preto não estava a procura de maravilhas. Ele estava procurando encrenca. Copperfield’s and Readers teve que contratar seguranças para Rowling, que tem sido perturbada por um perseguidor recentemente.

Dois policiais de Santa Rosa flutuaram no ar sexta-feira á noite, parcialmente em reação a ameaças, protestos por pessoas que não estão encantadas pelo desenho positivo da bruxaria de Rowling. Os livros têm gerado algumas controvérsias em outras partes do paí­s, mas suas aparições no norte da Califórnia tem atraí­do nada além de fãs. Muitos deles.

“É meio triste mas nesse paí­s, você não é realmente um sucesso como escritor a não ser que seu livro seja banido por alguém e você seja ameaçado por um perseguidor,” disse um membro da equipe da livraria controlando a entrada. “Então agora você pode dizer que ela realmente chegou”.

Para seus fãs, jovens e velhos, o público de Santa Rosa estava meio a meio na sexta-feira á noite, a aparição de Rowling foi um passeio amargo. Depois de esperar em longas filas para entrar no ginásio para ouvir Rowling ler um pedacinho e dizer que não iria dar nenhuma dica do que acontece no quarto livro, fãs ficaram em outra fila para pegar seu autógrafo.

A maioria saiu feliz e realizada.

“Estes são absolutamente os melhores livros,” disse Michael Ballantyne, sentado na beira da calçada sob a luz não muito boa de um poste de iluminação lendo o segundo Harry Potter pela quarta vez.

Ele e seu amigo, Lucas Adams, os dois na sétima série no San Jose Middle School em Novato, estavam esperando os amigos passarem para a fila de autógrafos.

“Foi realmente perfeito vê-la,” disse Adams, dando uma olhada na grande e rabiscada assinatura de Rowling no seu livro.

Para alguns que não conseguiram entrar e outros que esperavam algo mais, não foi particularmente uma boa viagem com Flu.

“Eu só queria falar com ela, só isso,” disse uma adolescente em prantos, depois de ter sido conduzida pra fora da fila de autógrafos.

Pessoas vieram de Sacramento, Vallejo, Fort Bragg, Mendocino, Mill Valley, Novato, além de Sonoma County.

As entradas, dadas de graça para os primeiros 2.400 compradores dos primeiros três livros de Harry Potter na Copperfield’s and Readers, eram itens cobiçados. Entradas para sua aparição na baí­a leste, também dadas de graça, eram vendidos na Internet.

E então há o Caso da Viúva que Chorava, que ligou para a Copperfield’s com a triste história de que o marido havia acabado de morrer e as três crianças sem pais que ficaram na fila para comprar os livros no mês passado, para que pudessem ganhar entradas para ver a autora; então, um dia eles estavam em um barco no rio com os livros e as entradas em uma mochila, e ela caiu do barco e afundou.

“Sim, eu tive minhas dúvidas mas era um história bem triste e você quer ser uma pessoa de confiança,” disse Tom Montan na Copperfield’s. “Eu mandei a ela três entradas e então quando eu estava em um conferência na baí­a com um monte de outros vendedores de livros, a gente conversou e aconteceu que ela ligou para cada loja na baí­a onde Rowling havia programado de falar. Eu não sei quantas outras entradas ela ganhou”.

Traduzido por: Frederico Oliveira em 14/01/2006.
Revisado por: Adriana Couto Pereira em 12/05/2007, Vinicius Alvarez em 24/02/2008 e Antônio Carlos de M. Neto em 22/03/2008.
Postado por: Fernando Nery Filho em 03/05/2007.
Entrevista original no Accio Quote aqui.