HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE
Questões e Respostas

MSN UK
Tradução: Lucas Mello, Sylvia Souza e Flávio Júnior

DANIEL RADCLIFFE (Harry Potter)

É bom ser visto em outros projetos, especialmente uma séria de atuação no palco como em Equus?
Harry é brilhante e eu adoro representá-lo, mas eu quero me estabelecer como alguém que pode fazer mais do que aquele personagem. Equus pareceu um pouco estranha e algumas pessoas esperavam que eu fracassasse, então o fato de que isto não ter acontecido é algo que eu tenho gostado.

Harry Potter e o Enigma do Príncipe é o sexto filme da série. Acha que haverá uma mistura de emoções quando você terminar de gravar os próximos filmes?
Definitivamente. Será muito, muito estranho de repente não voltar para Harry Potter. Ele funciona como um local seguro, de certa forma, quando você vai fazer outra coisa. Saber que você não tem isso vai ser triste. Vou ficar triste de deixar o personagem para trás e não ver os amigos que construí diariamente.

A série de filmes de Harry Potter tem sido uma enorme parte da sua vida. Você olha para os primeiros filmes da série e vê o quanto você evoluiu?
Eu tenho uma certa quantidade de receio em relação a minha performance; então eu não volto aos primeiros filme. Eu provavelmente deveria assistí-los e tirar o lado positivo de como a minha atuação melhorou e evoluiu com o passar dos anos, mas é um pouco embaraçoso ver e ouvir você mesmo àquela idade. Quando eu de fato voltar a eles, vai ser muito interessante.

Rupert nos disse que você está melhorando em tênis de mesa, ao qual você joga quando está relaxando entre as cenas de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, mas ele disse que Emma realmente acaba com todo mundo.
É, e é realmente irritante que ela seja tão boa! [risos] Rupert e eu estamos jogando há uns oito meses e trabalhando no jogo um do outro. Então Emma passa e é absolutamente brilhante. Nenhuma de nós pôde vencê-la. Eu tenho que melhorar mas, nunca vou conseguir ganhar dela.

Você sempre foi um grande fã de Indie Rock, então quais foram as suas descobertas musicais desse ano?
Uma banda chamada Vampire Weekend é o meu tipo. Tem uma garota chamada Laura Marley, cujas letras são extraordinárias. Uma garota chamada Adel é ótima também. Um dos meus álbuns favoritos do ano passado foi Love, Lost and Desperation da banda The Wombats e tem outra banda que ninguém parece ter ouvido falar chamada Beirut. Eles lançaram dois álbuns e ambos são espetaculares e eu encorajaria qualquer um a comprá-los. Eu gostei de Mars Volta e adorei o último álbum do My Chemical Romance, embora não tenha gostado de nada que eles fizeram antes.

Então você é mesmo um Roqueiro frustrado?
Não, eu não tenho talento suficiente para ser um. Se eu subitamente percebesse ao longo da minha vida que sou um incrível guitarrista, seria ótimo, mas não acho que isso vá acontecer.

Mas você já experimentou um Karaokê?
Eu sou ótimo em Karaokê, na verdade. Rock and Roll Suicide do Bowie é a minha especialidade e eu arrasei cantando ela na festa nos camarins de Equus.

De volta ao mundo de Harry Potter. Este último filme vai mostrar um outro lado do Harry?
Há mais atrito nesse filme e muito mais a ver com Rony e Hermione do que com o Harry. Ele está infeliz a maior parte do filme, principalmente porque as pessoas não param de tentar matá-lo e a sua vida amorosa é péssima também. É isto que Jo [J. K. Rowling] faz tão bem: combina, todos os dias, problemas mundanos com este incrível mundo à parte.

RUPERT GRINT (Rony Weasley)

É verdade que em “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” há bastante Quadribol para Rony, desta vez?
Sim, eu nunca tinha filmado Quadribol nos filmes anteriores, então esta é minha primeira experiência com o jogo. Daniel disse que era algo realmente doloroso e eu sei de onde ele tira isso, porque é bastante desconfortável, por conta dos arreios e essas coisas, e você fica lá suspenso. Há duas fases. Uma é o teste para o time de Quadribol, quando Rony não vai muito bem e não para de levar pancadas na face. A outra fase é quando Rony toma a poção e pensa que ele é realmente muito bom. É bastante difícil, mas eu realmente gostei. Estou sempre preso a fios, porque a vassoura fica bastante alta, a cerca de 5,5 metros do chão.

Você está em ótima forma, então você é um atleta nato?
Não mesmo. O único sporte que eu pratico é um pouco de golfe, de fato. Fora isso, sou preguiçoso, então eu tenho tido que treinar um pouquinho.

Entrar nessa correnteza de coisas para “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” foi quase como retornar para a escola?
Em cada filme é um pouquinho diferente, mas é bastante semelhante a retornar à escola. São as mesmas pessoas com quem você trabalhou e que nunca estiveram longe por muito tempo, de todo modo. É fácil voltar à rotina.

Você mantém contato com o restante do elenco, entre os filmes?
Eu usualmente tento, mas nós estamos sempre bastante ocupados, para ser honesto. Vejo os gêmeos um pouco mais que os outros, porque jogo golfe com eles. E eu quase sempre venço. Não sou ruim e eu começo com uma desvantagem de 12.

É verdade que haverá bastantes beijos neste filme?
Sim, e Rony arranja uma namorada neste. Quando nós fizemos a sequência do beijo, não foi fácil porque eu ficava de pé sobre uma base e a sala inteira estava assistindo. Foi completamente embaraçoso e eu estava apavorado de verdade. Foi estranho e a garota que interpreta minha namorada é realmente legal. Tudo ficou melhor depois das 10 primeiras tomada [risos].

Você conseguiu receber o sétimo livro antecipadamente?
Não obtive o livro antes que qualquer outra pessoa. Eu o consegui no dia em que ele foi lançado e estava completamente entusiasmado em saber o que aconteceu, especialmente desde que houve tanta expectativa a respeito. Eu estava completamente feliz com o final.

Desde que Harry Potter tornou-se uma enorme parte de sua vida, deve parecer estranho que tudo isto está caminhando para um fim, em breve?
Claro. É bastante triste, porque tem sido uma gigantesca parte de minha vida. É difícil me acostumar com o fim de algo que vai ter tomado 10 anos da minha vida, quando acabar.

Como você se sente quando, por exemplo, você vê os filmes anteriores de Harry Potter na TV?
Eu não assisti aos filmes por completo por anos, mas vi algumas partes na Sky. Parece como se eu fosse uma pessoa diferente, para ser honesto; como se tudo tivesse acontecido eras atrás. Faz-me retomar um monte de boas memórias, porque tudo foi tão bom e me faz lembrar daqueles tempos excitantes. Eu mal tinha participado de uma peça de escola antes de começar, então estava realmente assustado nos primeiros filmes. Eu nunca pensei nisto como uma coisa séria. Antes, tudo era apenas diversão para mim.

Você acha que jamais se acostumou com toda a atenção que veio com o sucesso fenomenal dos filmes?
Eu gradualmente me acostumei com isso, no decorrer dos anos. É mais evidente quando os filmes são lançados. É estranho quando as pessoas vêm até você. Porém, elas são sempre realmente legais. Nunca é um grupo de pessoas; são normalmente uma ou duas que vêm. Eu não me incomodo com isso. Uma vez, eu estava no TGI Friday e aconteceu de um cara com uma câmera estar lá. Essa foi a única vez que eu tive um paparazzo.

Você já foi chamado de Rony?
As pessoas sempre me chamam de Rony, especialmente as crianças mais novas. Meus primos pequenos realmente pensam que eu sou um mágico.

Qual a coisa que você mais apreciou que os filmes de Harry Potter lhe trouxeram?
A chance de viajar, especialmente aquela viagem que nós fizemos ao Japão. Foi realmente diferente, uma experiência bastante legal.

Há muitos fãs de Harry Potter no Japão?
Sim! Eu ganhei um monte de presentes do Japão, especialmente pijamas, mas eles eram muito legais. Nós tivemos de aprender algumas palavras em japonês, mas não consigo me lembrar delas. Eu não sou muito bom em idiomas. Foi embaraçoso quando nós fomos a Paris, porque Emma é muito boa em francês e eu estava hesitante com minhas poucas palavras.

Ser uma estrela de cinema afasta a timidez?
Eu sempre fui um pouco tímido, mas me sinto mais seguro agora, sim.

Depois que o oitavo filme de Harry Potter estiver pronto, você quer continuar atuando?
Eu adoraria, porque realmente gosto de atuar. Quando acabar, verei o que vai acontecer. Gostei de trabalhar em filmes menores como Driving Lessons [“Lições de Vida”], então talvez mais coisas como essa seriam legais.

Quando não está filmando, como você espairece?
Tênis de mesa é uma grande coisa; eu e Dan estamos ficando muito bons nisso. Eu tenho uma mesa no meu camarim e nós jogamos todos os dias. É muito equilibrado, porque o Dan melhorou bastante. Ele tem um saque realmente bom. Nós estamos em um nível profissional, agora [risos].

E sobre Emma?
Ela está em um nível diferente do nosso, então não há sentido em jogar com ela. Ela realmente nos deixa embaraçados.

Houve alguma chance, mesmo remota, de você não voltar para este sexto filme de Harry Potter?
Para mim, não havia dúvida alguma. Assim que eles me procuraram, eu retornei para o filme. Eu realmente adoro fazer isto e é muito legal.

DAVID YATES (Diretor)

Como é voltar a trabalhar em seu segundo filme da série Harry Potter?
É ótimo; me sinto em casa. Há uma incrível atmosfera aqui e é bem relaxante. Temos pessoas adoráveis. É como estar em casa, sério.

Você se sente mais relaxado ou mais assustado já que sabe o que esperar?
É meio que um pouco dos dois. Eu me senti muito autoconsciente ao fazer o último filme. Eu não tinha notado o quão grande era até chegar na premiere e então ir para os EUA e ver como o lançamento era poderoso e como a reação era imensa. Foi aí que a ficha caiu, que isso era uma grande coisa para tanta gente. Estranhamente, quando comecei esse outro, eu tinha mais consciência de tudo. Da primeira vez, você apenas faz; você mete as caras. Mas eu me estabeleci e este é um pouco diferente do último. É um pouco mais maduro e mais espirituoso. É uma vibração diferente, eu acho.

O Produtor David Barron disse que é o fato de você ter a energia de uma criança de quatro anos que te mantém.
E eu como muitos profiteroles também (risos). Tudo que fiz antes geralmente me deixava bem cansado, mas há algo sobre isto e trabalhar com as crianças – embora eles não sejam mais crianças – que me mantém energizado. Eu adoro. Gosto mais do que qualquer outra coisa, provavelmente porque é bem divertido. E também, você ganha um enorme orçamento e tempo e eu tenho uma ótima equipe. Eu tenho mais tempo para filmar do que precisaria, de verdade, então é bem menos exaustivo de filmar do que qualquer outra coisa que eu tenha feito. E também, eu venho da televisão, onde você filma 5 ou 6 dias na semana e grava 5 minutos por dia. Então você vem para esse ambiente e filma um minuto ou trinta segundos por dia. Portanto é bem menos cansativo.

Você notou uma diferença no elenco, que esteve fazendo grandes projetos no ano passado?
Sim, eu notei. Eles estão ficando cada vez melhores e Emma parece muito mais confiante agora e muito mais relaxada no geral. E Dan, depois de fazer Equus, está encontrando momentos e ritmos que são realmente surpreendentes e adoráveis. Então estão todos ficando melhores e mais sofisticados.

Há lições práticas que você tenha aprendido com o último filme?
Sabe, é contar histórias. Honestamente, eu faço o que sempre fiz. Sempre que faço algo, quero que seja tão expressivo e bom quanto pode ser, então não diria que há algo específico. Eu diria que estou muito mais confiante quanto aos efeitos visuais. Obviamente, quando comecei, nunca tinha feito um filme com efeitos visuais. Agora parece tudo muito fácil. O bom nesse filme é que é mais engraçado, é uma história mais engraçada. Eu brinquei com Mike Newell quando ele terminou o seu filme e disse, “oh, você tem amor adolescente. Eu vou pegar toda a rebeldia juvenil”. Harry Potter e a Ordem da Fênix é sobre raiva e rebeldia e deslocamento, e é tudo muito intenso. Eu adoro tudo isso, mas é bom lidar agora com algo mais “rock’n’roll”. É mais divertido.

Você realmente leu o último livro no primeiro dia?
Li sim, e é um ótimo livro. Eu gostei mesmo do último livro.

O quão rapidamente você decidiu voltar e dirigir “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”?
Eu estava na pós-produção. Estávamos terminando “Harry Potter e a Ordem da Fênix” e tínhamos mostrado para o estúdio, e estávamos levando-o para Chicago para testá-lo com os espectadores. Eles me perguntaram e eu já sentia que queria continuar. Então foram bons três ou quatro meses antes de o filme ser lançado.

Aquele não deveria ser o momento em que você iria querer fugir daquilo tudo?
Por incrível que pareça, foi mais ou menos no meio da produção do anterior que eu pensei “Vou fazer apenas um destes, isso é maluquice.” Mas pensei melhor e eu realmente adorei os meses finais e a pós-produção. E é muito legal trabalhar com todos.

O que você faz para se manter em forma física e mental?
Bem, eu corro bastante por aqui e tenho uma bicicleta. Vou à academia, tenho bons finais de semana de folga.

Você consegue se desligar quando está fora do set?
Geralmente não. Eu acho bem difícil me desligar. Mas é uma fase memorável da minha carreira poder trabalhar nesse ritmo com esse material. É difícil me afastar disso.

Como você descreveria esse filme?
É amor, poções e rock’n’roll. Há todas essas coisas maravilhosas na nossa história. Há uma poção que te dá sorte. Você a toma e tudo de bom acontece para você. Mas aumenta seus sentidos, de forma que você fica meio aéreo. E tem também uma poção do amor que faz você ficar muito pegajoso com todos. Rupert fica pegajoso demais com Jim Broadbent num certo momento. Então tem todos esses valores metafóricos. Há uns pedaços cômicos bem legais, os quais não tivemos a chance de fazer da última vez. Era apenas uma coisa muito diferente.

Você está consciente de que vai chegar um tempo em que todos os filmes serão assistidos de um para outro, e que desta forma você tem que manter uma linha do tempo?
Sim, e há uma linha do tempo. Nós estamos colocando todos os tipos de detalhes entre os personagens, que esperamos que façam efeito ao longo dos filmes. Há uma linha que vai do início ao fim.