Gollum, Mark, “20.000 Fãs deixam J.K. Rowling um pouco nervosa”, National Post (Toronto), 23 de Outubro de 2000

“Essa era puramente uma forma de satisfazer muitas pessoas de uma só vez” disse Rowling em sua aparição no Skydome.

J.K. Rowling ficou um pouco aflita quando soube da capacidade de assentos no Skydome, local de sua leitura amanhã.

“Eu pensei ‘Oh meu Deus. Eu não sou os Rolling Stones. Como isso pode acontecer?’ “, disse ela em uma conferência de imprensa ontem à tarde no Royal York Hotel.

Ao menos 20.000 fãs são esperados para ouvir Rowling no Skydome Stadium, ela fará amanhã a leitura do quarto e último livro da série Harry Potter o qual foi publicado em Julho.

A autora de 35 anos está em Toronto como parte do Festival Internacional de Autores.

“Eu estou tentando não focar nisso agora. Obrigada por me lembrar”. Gracejou Rowling com um repórter, acrescentando que a sua maior audiância foi de 2.000 pessoas na Alemanha.

“Essa era puramente uma forma de satisfazer muitas pessoas de uma só vez. Eu espero que seja como se eu estivesse indo fazer ginástica”.

“Obviamente, esse é um novo território para mim também. Você não me verá jogando em Wembley”.

Os três primeiros livros da série Harry Potter, que contam as aventuras de um jovem bruxo, foi publicado em 200 paí­ses (em 39 lí­nguas), e juntos venderam mais de 35 milhões de cópias pelo mundo.

Ela atentou ao fato de ela levar uma vida “Muito, muito, muito tranqüila. Inteiramente pela minha escolha, devo dizer”.

“Então eu saio e sou exposta a tudo isso por duas semanas e então eu volto e a vida pacata recomeça”.

Um dia tí­pico em Edimburgo consiste em levar a sua filha de sete anos de idade a escola (ela é uma mãe solteira), uma ida a um café local, e escrever até dar a hora de buscar sua filha, “alimentá-la e fazer todas as coisas que uma mãe deve fazer”, e escrever mais durante a noite.

Ela recusa gastar tempo analisando o que escreveu, temendo que isso a leve a um processo de “reescrever” contí­nuo.

Apesar de ser coberta por atenção, ela se sente tocada ao retribui a atenção indo se encontrar com os seus jovens leitores.

“Eles sentem que os personagens são seus amigos mutuamente, isso é o incrí­vel em conversar com as crianças”.

Os leitores mais fanáticos estão constantemente a enviando correspondências a respeito de “erros” encontrados como um banquinho que tinha quatro pés em um livro e em outro tinha apenas três. Mas ela não se prende tanto assim a esses acontecimentos.

“Isso prova que eles devem passar horas a fio lendo atentamente os livros para descobrir esses descuidos”.

Foi também mais uma vez perguntada: “Como as suas idéias vem à tona?”. Ela respondeu: “Não sei elas simplesmente vem, é uma resposta maçante mais verdadeira”.

“Só me dê uma caneta, um note pad, me coloque em uma cafeteri­a qualquer, me abasteça de cafeí­na e certamente quando ela afetar o meu sistema irei escrever alguma coisa pra você”.

Rowling foi questionada a respeito de alguns crí­ticos que se mostraram bastante horrorizados com a abordagem do tema bruxaria nos livros.

(Recentemente os oficiais de uma escola na região de Durham passaram a exigir a permissão paternal para que os filhos possam utilizar livros da série para trabalhos escolares).

“Se as pessoas pensam que o tema bruxaria não deve estar nos livros para crianças então se deve atentar em um debate porque os muitos livros infantis estão saindo das prateleiras das bibliotecas”. E apontou “O Mágico de Oz” como um clássico que contém o tema.

Após a conferência de imprensa, aproximadamente 280 adultos e crianças foram a um almoço de caridade do tipo $500 o prato.

Cada pessoa ganhou um óculos do personagem e um livro autografado.

“Foi ótimo. Eu li os quatro livros umas quatro vezes”, disse Connor Soyle de 10 anos de idade.

Apesar da polí­tica de que nenhum autógrafo seria dado, alguns fãs se arriscaram em ir até a mesa de Rowling e pedir um autógrafo. E Rowling por sua vez atendeu sorridente até os organizadores, pôrem um fim no que estava acontecendo.

Mas Arielle Kaplan foi sortuda o suficiente para conseguir um autógrafo da autora enquanto foi ao lavabo.

“Às vezes, ser mulher tem suas recompensas”. disse sua mãe, Merle.

Traduzido por: Bruno Maranhão em 12/07/2006
Revisado por: Antônio Carlos de M. Neto em 22/03/08
Postado por: Fernando Nery Filho em 30/04/2007
Entrevista original no Accio Quote aqui.