DANIEL RADCLIFFE
Entrevista por telefone

DanRadcliffe.co.uk
7 de setembro de 2007
Tradução: Anna Zanichello

Page: Oi Dan!
Dan: Olá Page, como você está?

Page: Estou bem e você?
Dan: Eu estou muito bem obrigada.

Page: Aqui estamos de novo.
Dan: [risadas] Aqui estamos de novo, mas por um filme diferente desta vez.

Page: Sim! Parabéns! Vou tentar ser rápida, pois sei que só temos 10 minutos, vamos direto ao assunto!
Dan: Fantástico. Muito obrigada.

Page: Okay. Existe alguma razão para o filme estar sendo lançado tanto tempo após o término das filmagens?
Dan: Para ser honesto com você Page, é só… você sabe como as coisas são… é um filme independente e então geralmente leva mais tempo para o filme ser distribuído. Com Potter, o lançamento é garantido em todos os cinemas de todos os lugares,mas filmes como December dão mais “trabalho”.

Page: Oh sim. Você pode falar um pouco sobre o Catolicismo e o simbolismo religioso que definitivamente prevalece neste filme. Como foi para você atuar neste ambiente e por que você acha que Maps vira um padre?
Dan: Bom… Eu acho que Maps se torna um padre por que… porque sua experiência é como um trauma do mundo… é tão destrutivo para ele, que eu acredito que sua vontade é se afastar desse mundo para não ser ferido novamente. Esse é meu ponto de vista. Mas também, em termos do Catolicismo no filme… Eu acho que é natural que aja resistência sobre a religião no filme porque esses meninos cresceram em um orfanato católico. Então para mim… é isso… as coisas passam pelo contexto dos meninos. Obviamente existe muito simbolismo neste filme com a Virgem Maria e coisas assim mas eu quero dizer … isso … não se vai muito fundo nessas relações……não coloca nenhuma mensagem particular a respeito, é somente o que os garotos julgam de si mesmos.Isso … é o que se tornaram seus valores.

Page: Em December Boys existem cinco garotos, mas no filme são só quatro.
Dan: Sim.

Page: Deveríamos esperar que o quinto garoto esteja narrando o filme para nós?
Dan: Não. A história é narrada por Misty, que é o personagem de Lee Cormie. Hum, ele… o quinto garoto..Eu quero dizer, no livro são cinco garotos, e a idade deles varia dos 5 aos 9 anos, eles são bem mais novos.E livro é…Eu ouvi dizer a um tempo atrás que o livro seria relançado para coincidir com o filme, e realmente dei risada, pois são duas histórias muito diferentes.Qualquer um que leu o livro ficará chocado em ver como eles são diferentes.
Porque essa é uma das melhores coisas, eu acho… A déia de transformar este livro em um filme está sendo cogitada a 40 anos, e originalmente era muito parecida com o livro. Ele iria ser dirigido por um cara famoso por filmes de terror, e na época todos os estúdios disseram: WOW! Esse será nosso próximo filme. Nenhum deles leu o livro. Até que foram descobrindo que se tratava de um filme infantil, e não um blockbuster de horror. Então o projeto ficou passando de estúdio em estúdio por 40 anos… e foi sendo modificado até se tornar o filme que vemos hoje.

Page: Você é permitido de falar com sotaque australiano para nós hoje?
Dan: Não, infelizmente terão que esperar o lançamento do filme.

Page: Existe um comportamento um tanto estranho no filme, como roubar coisas… O que nos dá uma ótima impressão do que podemos esperar do filme, o que eu acho muito bom, foi legal ter esse tipo de comportamento sabendo que a mídia não poderia ficar horrorizada com você por estar escrito no script?
Dan: Sim, foi muito divertido se pensar nessa maneira que você colocou. Sim foi muito bom. Muito agradável. Mas todo o filme foi você sabe uma ótima experiência, uma grande diversão. Particularmente trabalhar com os outros garotos foi muito bom!

Page: Como você se sentiu sobre… bom, na vida real você é filho único, como foi de repente ter três irmãos [Dan dá risadas] e ser um “protetor”?
Dan: [risadas] Eles são crianças maravilhosas. São inteligentes, sensíveis, engraçados, você sabe, foi muito bom estar com eles, conhecê-los, saber como cada um é bem no fundo.

Page: Você se achou desprotegido deles?
Dan: Eu me achei com certeza protetor deles. Eu não acho que estava desprotegido. E a razão é que simplesmente porque minha experiência na idade deles foi tão positiva que eu quis dar a eles a mesma sensação que eu tive enquanto filmávamos.

Page: Maps não fala muito neste filme, o que te força a utilizar mais suas expressões faciais. Foi difícil?
Dan: Foi. Diálogo torna as coisas muito mais fáceis, esse foi meu maior desafio neste filme e a parte que mais gostei de interpretar… somente usando meus pensamentos. Foi uma grande diversão para mim, foi uma coisa que ainda não havia feito em Potter.

Page: Você acha que existe alguma relação em escolher papéis onde o personagem não possui os pais ou não os conhece. Harry não tem pais, os pais de Alan Strang eram estranhos e ele se sentia órfão. É uma coincidência que você tenha escolhidos papéis similares neste ponto?
Dan: Sim, com certeza. Eu nunca planejei ir por esse caminho, você sabe… isso aconteceu!

Page: Okay. E você também mencionou que escolheu este papel porque o script era muito bonito, e eu não sei você deve ter ouvido falar que Mark Rosenbergh ganhou um prêmio pelo script…
Dan: Eu sei! Fantástico!

Page: … Você já leu o livro e se sim, você ficou satisfeito pela maneira com a qual foi escrito?
Dan: Sim… Eu falei com o diretor Rod Hardy e perguntei a ele se deveria ler o livro e ele me disse “Dan, honestamente, o script é tão diferente do livro… eu acho que você não acrescentara nada o lendo…” Então eu realmente não li o livro. Mas, o script era… normalmente scripts são muito parecidos…porque as direções são basicamente iguais…muito formais…sabe “ele vai para lá, ela abre a porta”. Mas este era tão maravilhoso, e realmente interessante… era excitante ler, instantaneamente as imagens apareciam na minha cabeça…Então esse foi um dos principais diferencias que me fizeram optar por este por este filme entre tantos.

Page: Você teve que aperfeiçoar de alguma forma sua maneira de interpretar por estar em um filme independente, com um orçamento bem mais baixo que blockbusters como Harry Potter?
Dan: Não… Não particularmente. Geralmente…sua atuação é igual…para ser sincero você só faz mais cenas por dia. Essa é a única diferença, você tem que se preparar mais do que para os outros filmes.

Page: Você espera poder fazer outro filme independente como December Boys?
Dan: Para ser sincero, não há como saber. Se aparecer um script com certeza eu adoraria fazê-lo, mas eu nunca me limitaria dizendo que irei fazer um filme indiano, irei fazer um blockbuster, irei fazer uma peça… O que aparecer , se for realmente bom eu farei.

Page: Okay. Poderemos ver algum dia, um livro de poesias publicado por você?
Dan: … Se… se você espera, será um longo tempo longe [Page dá risadas].

Page: Isso é tudo que tenho Dan!
Dan: Fantástico!

Page: É isso, consegui em 10 minutos (todos riem).
Dan: Brilhante. Muito obrigado Page!

Page: Obrigada por ligar, gostei muito!
Dan: Se cuida

Page: Tchau, você também.