“JK Rowling fala sobre o Livro Quatro” cBBC Newsround, Julho de 2000

Durante um gigantesco evento em julho de 2000 para celebrar o lançamento de Harry Potter e o Cálice de Fogo, Lizo Mzimba da Newsround embarcou no Expresso de Hogwarts para falar com JK Rowling.

Então, aqui em King’s Cross, uma incrí­vel recepção, como foi?
JKR: Foi a melhor – todas essas crianças, foi maravilhoso.

É essa a melhor parte de fazer a publicidade de um livro como esse, viajar ao redor do paí­s e encontrar pessoas?
JKR: Minha atividade favorita é escrever, e quando você tem que fazer as esquisitices promocionas encontrar as crianças é de longe o meu favorito – é maravilhoso. E as não tão jovens crianças.

Qual foi a coisa mais bizarra que uma criança te perguntou em um evento ou promoção?
JKR: O mais sensacional é quando crianças me perguntam coisas que revelam que elas estão claramente seguindo meu raciocí­nio bem mais próximas do que eu teria imaginado.
Houve – e eu posso dizer agora porque o livro três já saiu – um menino que me perguntou em São Francisco: “De onde veio o Perebas, qual a história do Perebas?” E Perebas, para quem não sabe, é um rato que depois se revela não ser rato coisa nenhuma, e eu achei um tanto assustador que ele se fixou em Perebas porque, é claro, eu sabia desde o primeiro livro que Perebas não era realmente um rato.
Esse tipo de coisa continua surgindo e eu acho que é porque as crianças lêem os livros 12 vezes, ou seja lá o que for, e eles realmente estão começando a saber o jeito que minha mente funciona.

É um perigo com a Internet também – você tem essa comunidade que…
JKR: Duas vezes estive na Internet. Amigos meus estavam falando que eu estava lá e nunca fui procurar. A primeira vez que eu fui lá, pensei em nunca mais voltar porque é muito assustador, e algumas coisas por lá são muito estranhas.
A segunda vez que fui lá, estava procurando algo especí­fico: alguém tinha um site não-oficial de fãs onde você podia ser selecionado – eles tinham um Chapéu Seletor e você podia ser selecionado em uma casa, e eu era da Lufa-lufa. Eu não fiquei satisfeita – obviamente eu deveria ser da Grifinória, se alguém é da Grifinória, esse alguém sou eu.

Você fica preocupada em dizer algo durante uma conversa em algum lugar, dizer outra coisa durante uma entrevista em outro lugar, e as pessoas vão colocar esses fatos juntos e criar conclusões que são sinistramente próximas do que você vai fazer nos livros?
JKR: Geralmente o que acontece é que pessoas colocam junto algo que eu disse, algo que eles gostam de pensar que eu disse, algo que outra pessoa disse – que é completamente falso – e chegam a conclusões totalmente erradas. Isso é inevitável, acontece. Mas ninguém ainda adivinhou o que vai acontecer, ou sequer chegou perto dos fatos.

Agora o livro quatro, eu terminei – primeiras horas da manhã – tem um final bem assustador.
JKR: É bem assustador não é? Eu acho bem assustador.

Foi difícil de escrever?
JKR: A primeira vez que eu chorei enquanto escrevia – eu na verdade chorei duas vezes ao escrever o final do livro quatro. Basicamente é um final poderoso, mas como você bem sabe ao ler é que há uma razão para que seja tão poderoso, algo muito importante acontece no final do livro quatro, muito importante.
E tendo dito o tempo que se você está escrevendo sobre maldade eu acredito que você deve dar às crianças – você deve ter respeito o suficiente por elas para mostrar o que isso significa, e não fantasiar como um vilão de pantomima e dizer “muita fumaça e trovão”, eu acho, que isso não é nem um pouco assustador.
Então eu só posso dizer que esse é o final que eu planejei e eu acho que ele saiu bem. Eu estava muito feliz com ele quando eu o reli, apesar de que partes dele me fizeram chorar.

Você reescreve muito e isso foi uma dificuldade?
JKR: Uma enorme dificuldade. Apenas uma vez nos quatro livros publicados eu sentei e escrevi algo do começo ao fim e deixei assim, e isso foi no capí­tulo de Pedra Filosofal em que Harry aprende a voar.
Eu lembro da tarde vividamente, minha filha dormiu e eu corri para a cafeteria em uma bonito dia ensolarado, sentei e escrevi aquele capí­tulo do começo ao fim, e eu acho que mudei duas palavras, e isso é muito incomum pra mim.
Tem um capí­tulo no quarto livro que eu reescrevi 13 vezes e chegou um momento em que pensei que o livro nunca aconteceria se eu continuasse reescrevendo o capí­tulo seja-lá-qual-for.

E quão vital é o livro quatro em toda a série de sete livros, para Harry?
JKR: Crucial. O quarto é um livro muito, muito importante. Bem, você sabe porque você leu, algo incrivelmente importante acontece no livro quatro e é também literalmente um livro central, é quase o coração da série, e é um divisor de águas. É muito difí­cil de falar sobre ele, e eu mal posso esperar pelo dia em que alguém vai ter lido todos os sete e eu possa falar livremente. Mas é um livro muito, muito importante.

Como foi com toda a pressão? Eu sei que você escreve muito pra si mesma, ao invés de um público alvo, mas isso deve ter algum efeito – a expectativa e pressão que se constrói ao redor do último livro de Harry.
JKR: Na verdade a expectativa não me incomoda nem um pouco porque eu acho que meus leitores estão apenas meio que pensando, bem, eles querem ouvir a história que eu quero escrever. Então eu sinto que eles apenas querem descobrir o que acontece a seguir e minha versão é a versão que eles querem ouvir. Então eu sou meio confiante sobre isso.
Existem outras pressões dependentes de ter um livro de muito sucesso que eu obviamente sofri com o livro três, isso foi difí­cil. Mas o peso da expectativa dos leitores, não isso não me incomoda particularmente.

O livro quatro explora muitos temas, alguns que vimos antes em A Câmara Secreta, sobre preconceito. Isso é algo que você esteve querendo explorar?
JKR: Desde o começo de A Pedra Filosofal o preconceito é um tema muito forte – e eu acho plausí­vel que Harry entre no mundo – é assim que eu queria que fosse – ele estava bem deslumbrado com isso, que tudo seria maravilhoso nesse mundo, esse seria o lugar onde aquelas injustiças não acontecem, e a­ ele descobre que com certeza acontecem.
E é um choque para ele, assim como para todo mundo, e ele descobre que é uma meia pessoa nos limiares desse mundo. Para um bruxo como Lúcio Malfoy, Harry nunca será um verdadeiro bruxo porque sua mãe era de ascendência trouxa.
Então esse é um tema muito importante e eu sempre soube – bem, obviamente eu sabia, eu já estou fazendo isso há 10 anos – sim, então isso se torna mais e mais forte.
Bem, eu acho que geralmente o caso é que os maiores valentões falam sobre o que eles sabem ser seus próprios defeitos, como eles vêem, e eles põeem eles em outra pessoa e então tentam destruir o outro e é isso que Voldemort faz.
E isso foi muito consciente – eu queria criar um vilão em que você pudesse entender os mecanismos da mente dessa pessoa.
E Harry, como você sabe, do livro quatro, está começando a entender o que faz uma pessoa seguir esse caminho. Porque eles fizeram escolhas erradas, e Voldemort fez escolhas erradas desde uma idade bem prematura – ele decidiu ainda jovem o que ele queria ser.

Foi difícil balancear a luz e as trevas no livro? Você tem alguns momentos muito negros e alguns maravilhosos momentos de humor – falando sobre Olho-Tonto Moody, o homem que não sabe diferenciar um aperto de mão de uma tentativa de assassinato, e uma piadinha ligeiramente maliciosa sobre um dos planetas dos sistema solar.
JKR: Yeah, é mesmo ligeiramente maliciosa. Eu fiquei surpresa que minha agente deixou passar com essa porque enquanto eu escrevia eu pensei que ela ia censurar esse livro, mas ela na verdade riu, e deixou assim.
Se foi difí­cil? Não, porque minha experiência diz, de uma maneira bem limitada, que mesmo quando a vida não é realmente tão brilhantes as pessoas ainda riem nas situações mais trágicas, as pessoas ainda riem.

(E o final do livro é na verdade muito importante pra mim porque, como você sabe, Harry diz – Agora vamos conhecer o passado – isso que é tão admirável sobre seres humanos, que mesmo quando estão contra tudo, quando estão realmente na mais crítica das situações, ainda há humor, simplesmente há, você vai encontrá-lo em quase todos os lugares, então isso é importante pra mim.)

Porque foi importante mostrar algumas das amizades estranhas de desenvolvendo nesse livro?
JKR: Bem no livro quatro, pra mim, Harry, Rony e Hermione, todos eles, estão realmente começando a encontrar suas próprias identidades e isso significa, a seus vários modos, se deparar com as coisas que foram impostas a eles por seus pais ou pela escola.
Para Harry isso é lidar com sua fama, realmente se deparando com ela pela primeira vez porque ele foi posto nessa situação em que irá realmente sentir o peso do interesse de fora [de Hogwarts]. Então isso é assustador.
Rony tem que lidar com seus ciúmes – ele fez amizade com o menino mais famoso da sua turma e isso não é fácil, não é fácil estar nessa situação. E Hermione ganha uma consciência polí­tica. Hey!

Essa é a sua idéia da Hermione ficando mais leve, como você disse antes?
JKR: Não, ela ainda irá ficar mais leve.

Ela não pareceu tão leve, pra mim ela estava ligeiramente radical.
JKR: Yeah, ela é uma boa garota, a Hermione. Eu concordo com você, ela não está tão leve nesse livro, mas as pessoas se engaranaram – quando eu estava escrevendo o livro quatro – ao assumirem que minhas respostas se relacionavam ao livro quatro, mas ainda existem três livros para sair.
Mas de alguns modos Hermione estava – ela agora quebra as regras, quando suas convicções estão em jogo ela está preparada para fazer coisas que ela realmente não deveria fazer. Então, nesse sentido, ela irá ficar mais leve, eu te prometo, eu fiz no final.

Da última vez que eu falei com você havia um outro Weasley vindo nesse livro…
JKR: Eu sei, desculpe por isso. O que aconteceu no livro quatro e uma das razões pelas quais foi de longe o mais difí­cil de escrever, o que não teve absolutamente nada a ver com Harry sendo famoso ou eu sendo famoso ou nada assim, foi que pela primeira vez meu plano deu errado…
O famoso buraco na trama. Eu cheguei até a metade dos meus planos e percebi que havia esse enorme espaço vazio nele, haviam dois – e simplesmente não se encontravam, e era inteiramente minha culpa, eu deveria ter tido o bom senso de pesquisar sobre isso muito, muito cuidadosamente antes de começar a escrever, mas eu não tive.
Então eu havia escrito o que pensava ser metade do livro, mas era na verdade um terço do livro, antes de eu perceber que não ia funcionar, então eu tive que abandonar uma quantidade enorme de coisas, e no processo de abandonamento eu temo que a Weasley foi [passa o dedo pela garganta]…

Nós a veremos de novo?
JKR: É possí­vel, eu realmente gosto dela como personagem, mas com minha trama sendo um tanto intrincada no contexto do que eu estou lidando, eu não tenho certeza se ela se encaixará em outro lugar, então ela será a “personagem que poderia ter sido”.

É bem apropriado estarmos falando com você em um trem, é muito importante na história.
JKR: É eu amo trens. Eu não estaria aqui se não fosse pelo fato que meu pai conseguiu, com muito esforço, pegar o trem de King’s Cross – foi onde ele conheceu minha mãe. Ele pediu minha mãe em casamento em um trem, eu tive a idéia de Harry Potter em um trem, sim, muito apropriado, eu amo trens.

Você às vezes fica um pouco cansada das pessoas perguntando pra você daonde surgiu a idéia de Harry? Você deve ouvir isso constantemente?
JKR: Eu fico. Fico frustrada comigo mesma mais do que com os outros. Você pensaria que a essa altura eu teria uma resposta inteligente e engraçada pra essa pergunta, mas não, eu ainda não achei uma porque a verdade é que eu não sei da onde veio, eu não sei.
Ele passeava na minha cabeça, semi formado, um menininho franzino, e eu sabia que ele era um bruxo, e eu sabia que ele não sabia que era um bruxo e eu meio que trabalhei isso de três pra frente. Eu senti esse incrí­vel ímpeto de excitação com a idéia de escrever a história.

Agora que Harry ficou tão grande você acha que é inevitável, no estilo britânico, que haverá um levante contra ele, porque nós construimos coisas e as derrubamos, então no ano seguinte estaremos dizendo – “Oh não era assim tão bom, nós não gostamos mais dele.” ?
JKR: Isso acontece, isso acontece. Eu quero dizer, obviamente apenas muito recentemente eu tive que lidar com a imprensa e a televisão ou qualquer coisa assim, e eu estive vendo isso acontecer com pessoas que eu admiro há anos.
Você nem precisa estar no showbiz pra ver isso acontecer. Então até certo ponto eu esperava por isso – no terceiro livro eu esperava que isso aconteceria, e não aconteceu realmente, então eu fiquei em dúvida.

A personagem de Rita é a representação das suas relações com a imprensa?
JKR: Bem eu vou te dizer a verdade mas eu duvido muito que alguém vai querer ouvir isso. Eu tentei colocar Rita primeiro no Pedra Filosal. Quando Harry entra n’O Caldeirão Furado pela primeira vez e todos dizem – “Oh Sr. Potter, você voltou” – eu queria pôr uma jornalista lá – ela não era chamada Rita na época, mas era uma mulher.
E então eu pensei, eu estava meio que olhando para a trama em geral, e eu pensei que não era realmente onde ela se encaixava melhor, ela se encaixaria melhor no quatro, onde supostamente há um conflito com sua fama.
Então eu tirei a Rita do livro um e planejei a entrada dela para o quarto livro, e estava realmente aguardando ansiosamente a chegada de Rita no livro quatro.
Na primeira vez de todas, quando eu sentei pra escrever o livro quatro, minha caneta meio que metaforicamente hesitou em ir em frente com Rita porque eu pensei que todo mundo ia achar que ela é minha resposta ao que aconteceu comigo.
Bem, as pessoas podem acreditar ou não, mas o fato é que Rita estava planejada o tempo todo. E eu me diverti mais com ela por causa do que aconteceu comigo? Provavelmente sim – provavelmente me diverti sim.

Você pôs um pouco mais de veneno nela não foi?
JKR: Veneno – você diria isso? Não, eu não chamaria de veneno.

Agora o futuro. Lupin vai voltar no livro cinco não vai?
JKR: Você verá Lupin de novo no quinto é, é – você gosta do Lupin?

Oh sim, ele é meu favorito.
JKR: É, e meu também. Eu sempre esperei ansiosamente para escrever o livro três por causa do Professor Lupin, eu o amo. Você vê um monte de personagens antigos no livro cinco. Eu não vou nem tentar dizer o que acontece no livro cinco, estou apenas me recuperando do estresse do livro quatro.

Você nos deixou na beira do penhasco. E como estamos com o filme no momento?
JKR: Está indo, ainda não tem um Harry, o que é um pouco preocupante. Mas está indo realmente bem, eu vi algumas coisas e elas parecem incrí­veis.
É a experiência mais incrí­vel de ver – porque eu fui bem sortuda, me deram bastante poder sobre como eu imaginei as coisas e eles estão realmente tentando recriar o que eu vejo dentro da minha cabeça, e é a experiência mais extraordinária, ser capaz de fisicamente ver quadribol ou a cabana de Hagrid – é encantador ver o que esteve em sua cabeça por anos, é maravilhoso.

Te incomoda as vezes quando a imprensa e as pessoas só falam sobre livros infantis e eles falam apenas sobre Harry Potter sem perceber que há toda uma riqueza de outros livros infantis por aí­?
JKR: Sim, realmente incomoda. Livros infantis existiram por um tempo bem longo em uma espécie de gueto da imprensa, quando você pensa na cobertura que os livros adultos recebem.
E então você espera que isso possa mudar e as pessoas dizem pra mim – “Harry Potter, você sabe, nós queremos lê-lo também” – é um livro em uma encruzilhada mas muitos e muitos escritores infantis merecem e são de fato lidos por adultos.
Eles podem não ser assim tão famosos por isso quanto Harry é, mas pessoas como Jacqueline Wilson, David Almon, Aidan Chambers, que acabou de ganhar o Carnegie, Henrietta Branford, que eu realmente admiro mas que infelizmente morreu há dois anos, há muitas pessoas lá fora – Phillip Pullman – maravilhosos escritores.

Algumas mensagens curtas de crianças antes de terminarmos. Harold Ryan de 10 anos de Catford diz: “Em que casa da escola de Hogwarts Hagrid estava?”
JKR: Err, você tem que adivinhar porque você pode acabar descobrindo em algum ponto.

“Como você se sente em relação aos americanos mudando o título do seu primeiro livro para Sorcerer’s Stone no lugar do original Philosopher’s Stone?” de Rachel Gummer de Market Rasen.
JKR: Eles queriam chamar de algo diferente e eu disse “bem, que tal Sorcerer’s Stone como um acordo”. Em retrospecto, eu desejaria que não tivesse mudado, mas pra ser honesta com você eu estava tão grata que alguém queria mesmo comprar meu livro que talvez tenha ficado um pouco submissa demais.

Há muitos nomes em latim no livro e nomes romanos como Severo Snape – você fazia latim na escola e gostava da matéria?
JKR: Não eu não fiz latim na escola, eu fiz Lí­nguas Clássicas na Universidade.

Qual era o tí­tulo provisório original de Câmara Secreta?
JKR: Harry Potter e o Enigma do Prí­ncipe (Prí­ncipe Mestiço). Eu meio que gostei desse tí­tulo, infelizmente a histria não manteve qualquer relação com o tí­tulo quando eu terminei.

E se te oferecessem um posto como professora em Hogwarts, qual matéria você mais gostaria de ensinar?
JKR: Oh eu acho que definitivamente Feitiços – eu vejo essa como a parte mais imaginativa da magia, porque você está adicionando propriedades em um objeto.

Você não se sentiria atraí­da por Defesa Contra as Artes das Trevas?
JKR: Não, eu sou muito covarde. Eu teria que estar realmente acuada antes de sair lutando, mas eu geralmente não estou.

As pessoas dizem que Firenze foi baseado em um amigo seu – o centauro – mas nós mal vimos algo de Firenze.
JKR: Bem, mantenha seus olhos abertos.

O que isso significa? A profecia do centauro no final de Pedra Filosfal…
JKR: Ele voltará. Bem, o suficiente foi dito, nem todos leram o livro quatro.

E Gilderoy Lockhart, um dos meus personagens favoritos…
JKR: Gilderoy está de lado, ele ainda está no Hospital Saint Mungo’s para Doenças e Acidentes Mágicos porque sua memória simplesmente se foi, mas eu não estou fazendo promessas sobre Gilderoy.

Ele foi uma boa diversão pra escrever por ser o oposto de tudo que quer ser?
JKR: Eu amei escrever Gilderoy mas eu tenho Rita agora, você vê, eu amo escrever Rita do mesmo modo que eu amava escrever Gilderoy.

“Que conselho você daria para jovens escritores?” essa é de Holly Hewitt.
JKR: Eu diria primeiramente e mais importante: ler o máximo que você conseguir, você não tem que ler livros de Harry Potter, eu não estou tentando provocar, mas apenas lendo você terá uma idéia realmente boa do que, na minha opinião, faz um bom escrito.
Você aprenderá a reconhecer o que não funciona e vai expandir seu vocabuláro – sempre é útil. Depois de ter feito isso, escreva sobre coisas que você sabe – seus próprios sentimenos e experiências – o que é sempre um bom ponto de partida.
Se resigne ao fato de que você não vai escrever algo bom da primeira vez, você vai vai desperdiçar muitas árvores antes de atingir seu caminho, e antes você vai imitar pessoas que você admira e tudo bem – todos têm que começar de algum lugar. E mais importante, perseverança – continue perseverando.

Se você tivesse uma Capa de Invisibilidade, para que você a usaria?
JKR: Para que eu a usaria? Eu acho que não posso dizer isso – é um segredo.

Todo o merchandising, isso é cruel, deixa você um pouco nervosa – nós veremos realmente a linha de produtos capilares de Gilderoy Lockhart?
JKR: Eu acho que isso seria engraçado, na verdade. Se isso me deixa nervosa? Sim, deixa, com toda a honestidade, sim, me preocupa. Vai acontecer porque é isso que acontece com filmes – haverá merchandising. Eu vi exemplos iniciais das coisas do filme que eles estão fazendo, eu não tenho nenhuma objeção. Mas sim isso me deixa apreensiva, sim deixa.

Eu vejo os hormônios em ação nesse livro, nós vamos ver Harry ficando com humor ainda mais adolescente, nós vamos vê-lo dizer algo tipo – “Oh Sirius eu te odeio, eu queria que você estivesse de volta em Azkaban”?
JKR: Eu acho que Rony é mais assim, não é? – Rony é mais adolescente. Harry tem tantas preocupações, ele precisa dos amigos, ele não pode permitir-se ao luxo de se alienar. Ele é mais o herói sensí­vel, não é? É, mais dessas coisas acontecem.

Há algum poder especial de bruxo no seu mundo que depende do bruxo usar os olhos pra fazer alguma coisa?
JKR: Por que você quer saber isso?

Bem, porque todo mundo sempre fala que Harry tem os olhos de Lí­lian Potter.
JKR: Não é que você é esperto? Há algo, talvez, sobre isso, eu não direi mais nada – muito inteligente.

O significado do lugar em que Harry e seus pais viveram – o primeiro nome…
JKR: Godrico Gryffindor. Muito bom, você é muito bom, não é? Estou impressionada.

Você não vai me dizer, mas…
JKR: Minha editora não percebeu, eu disse pra ela: “Você não notou a conexão entre o lugar em que os pais de Harry viviam e uma das casas de Hogwarts?” E ela disse: “não, não” – eu não vou ser rude sobre Emma, ela é uma editora brilhante, a melhor. Mas não, ela não pegou esse, você é bom, você é.

Revisão por: Adriana Couto Pereira