Entrevista exclusiva com a tradutora da série Potter
26/07/2005 – Livro 6, Livros, Curiosidades – Potterish.com
“Eu realmente disse que leio enquanto traduzo, mas também disse que no dia 18 de julho eu já conheceria a trama do Harry Potter 6 em linhas gerais, por que a mí­dia se encarregaria de sua divulgação: Sei quem é o prí­ncipe mestiço e sei como se transformou em prí­ncipe, agora a questão é encontrar um tí­tulo que não seja um spoiler mas englobe as duas idéias ou partir para outra solução.”
Potter mudou, mas mantém tradutora
29/11/2005 – Carreira, Livros, Curiosidades – Por Beatriz Coelho Silva para o Estadão
“São questões universais, inteligá­veis aos leitores de todos os continentes. E o meu trabalho é apenas traduzir o texto, pois as situações narradas não exigem tradução.”
Conheça a tradutora da série Harry Potter
06/12/2005 – Livro 6, Traduções, Curiosidades, J.K. Rowling – Por Ederli Fortunato para o Omelete
“Slug é a apócope de Slughorn, o professor que inventou um clubinho em que todos se beneficiam mutuamente de apresentações, nomeações e vantagens. A graça para mim estava na rima: mantive a rima O Clube do Slugue. Quanto ao título do livro, a questão era bem mais complexa. O fato de ter usado mestiço anteriormente me permitiu usar prí­ncipe mestiço. Até quase o fim do livro não sabemos que Prince é um nome de família e um título nobiliárquico (em inglês grafado com inicial maiúscula) o que ajuda a sustentar a ambigüidade. A tradutora foi salva pela Hermione que diz “- O nome dela era Eileen Prince. Príncipe, Harry.”, legitimando a tradução que eu fiz. A palavra chave no tí­tulo não era mestiço, era Prince, como fica explicado no último capí­tulo. Enigma me pareceu dar conta do personagem e da situação.”
Entrevista exclusiva com Lia Wyler
29/12/2006 – Livro 7, Tí­tulo, Curiosidades – Potterish.com
“Fiz uma breve pesquisa em dicionários célticos e não encontrei a acepção para hallows que você me deu. Encontrei sim, em cultura céltica, a explicação de que as hallows na maioria das lendas representam as insígnias de um rei ou os objetos que alguém sai procurando em uma cruzada pessoal religiosa ou não. Um bom exemplo seria o Santo Graal, entendido aqui metaforicamente como um objeto muito desejado pelo qual vale a pena arriscar a vida, como as horcruxes que Harry sairá buscando. As insí­gnias citadas nas lendas célticas e inglesas, nas lendas do ciclo arturiano são a espada da luz, o caldeirão da cura, a pedra do destino, a lança de combate entre muitas outras. Você reparou que o objeto cultuado pela Grifinória é a espada e ficava guardada no gabinete de Dumbledore?”
Harry Potter em português deve sair antes do Natal
13/02/2007 – Livro 7, Curiosidades – G1
“É difí­cil avaliar uma situação que ainda não terminamos de vivenciar. Acho que só depois do último livro poderei computar as boas e más lembranças deixadas por esses nove anos de trabalho com uma série que começou obscura e se transformou em fenômeno mundial – não apenas um fenômeno de vendagem, mas de retorno à leitura de livros que tinha sido abandonada pelos jovens em favor dos entretenimentos audiovisuais.”
Tradutora comenta o sétimo livro de Harry Potter
21/02/2007 – Livro 7, Livros, Curiosidades – Por Ederli Fortunato para o Omelete
Qual foi sua primeira impressão do tí­tulo Harry Potter and the Deathly Hallows?
De admiração: mais uma vez J.K.Rowling obriga seus tradutores a uma exaustiva ginástica mental para responder às muitas perguntas que o tí­tulo suscita. Muita gente não percebeu que Hallows está no plural o que lhe dá uma significação especial. Mas sem conhecer o conteúdo do livro fica difí­cil determinar a que Hallows a autora está se referindo. O meu palpite é que esteja falando de insí­gnias de poder, de relí­quias ancestrais.
Tradutores devem lançar suas próprias mágicas em Harry Potter
28/02/2007 – Livro 7, Livros, Curiosidades – Por Angus MacSwan para o Reuters
“Quando a Rocco comprou os direitos de tradução para os dois primeiros, eu tinha acabado de receber um prêmio pela tradução de The-Doesen’t Matter-Suit de Sylvia Plath, também um tí­tulo da Rocco” disse Wyler, moradora do Rio de Janeiro.
O tradutor de Harry Potter trabalha na escuridão
17/06/2007 – Livros, Curiosidades – Por Monique Cardoso para o Jornal do Brasil
“Meu trabalho é justamente procurar manter o tom do autor, mas sem dúvida essa mudança interferiu nas escolhas já feitas. Essa é a maior dificuldade na tradução de uma série em que o profissional desconhece a linha mestra e os possí­veis desvios que a autora irá tomar. O tradutor de Harry Potter trabalha na mais negra escuridão. Não existe uma tradução única, mas tantas quantas forem os tradutores ou as oportunidades para alterar o texto impresso.”
Lia se prepara para Deathly Hallows
18/07/2007 – Tradução do último livro
“Leitores ansiosos se amontoarão em filas às portas das livrarias, atrás do desfecho da história de Potter. Outros milhares encontraram na pré-venda pela internet uma forma de aliviar a ansiedade. Lia, não. Ela aguarda calmamente a cópia que a editora Rocco, responsável pela publicação da obra no Brasil, enviará para sua casa, no Rio de Janeiro. Só então começa a correria, a ansiedade de ter que traduzir centenas de páginas a toque de caixa – o lançamento do sétimo livro em português foi marcado pela Rocco para o dia 10 de novembro, apesar dos pedidos de Lia por um prazo mais longo.”
Lia Wyler fala sobre decisões na tradução do útimo livro
28/09/2007 – Tradução do último livro, Curiosidades – Potterish.com
“Não sei se já mencionei isso, mas não leio os livros antes de traduzi-los – a maioria dos tradutores que trabalha com ficção comercial não os lê. Portanto, uma dificuldade que tive foi a frase ‘Open at the close’ porque eu não sabia se devia entendê-la literal ou metaforicamente e foi preciso decidir isso no capí­tulo 7, sem voltar atrás, porque os capí­tulos foram entregues à Editora logo após eu os traduzir e rever. Ora, ‘Close’ pode ser o ato de fechar, o fim, fecho ou conclusão, terras particulares, recinto fechado, átrio. Escolhi ‘fecho’. A frase ficou então ‘Abro no fecho’, ou seja no fim, mantendo o jogo de palavras do original ‘open e close’. Mais divertidos foram os ditados, máximas ou anexins que a autora inventou para o mundo bruxo do tipo ‘Varinha de sabugueiro, azar o ano inteiro’.”
A tradução é uma ponte entre duas culturas
29/10/2007 – Tradução do último livro, Curiosidades – Revista Época
“Quando se trata de literatura culta o leitor brasileiro advoga que a tarefa do tradutor seja procurar reproduzir o estilo do autor. O que acontece, nesta tradução, é que eu tive o mesmo cuidado com uma obra que pertence à esfera da chamada ficção comercial que, para muitos, é um gênero menor. Mas não é. A legibilidade é uma exigência deste gênero; na série Harry Potter essa legibilidade é facilitada pelo excepcional talento da contadora da história.”