“‘Eu era tão pobre quanto é possível… Agora eu posso doar’: Nesta rara e íntima entrevista, J.K. Rowling revela sua trama mais ambiciosa até o momento”, 26 de outubro de 2013.

Ela transformou as vidas de uma geração com seus mágicos livros do Harry Potter, mas agora a autora está trabalhando para libertar um milhão de crianças de instituições.

J.K. Rowling está quase chorando. Ela está se lembrando de um menino deficiente mental que conheceu, tirado de sua família e jogado numa instituição estadual fria e assustadora.

“Tudo o que eu podia pensar era… temos que tirá-lo de lá e outros como ele. Era mais uma prisão que um lar”ela diz, sentada no escritório de seu agente em Londres.

“Sou uma pessoa emotiva. Luto muito com isso nesse tipo de situação. Tinha um bebêpequeno, uma menina, e eu estava perto do berço e só pensei, ‘Eu vou levá-la’”.

“Foi totalmente irracional, mas essa é sua resposta humana. Eu não podia levar esse bebê para casa de jeito nenhum, porém essa é sua reação mais poderosa. Você pensa como uma mãe, ‘Eu vou salvar esse bebê, esse único bebê’’’.

A autora mais famosa do mundo – e mãe de três filhos – vai tomar em 15 dias seu lugar na Warner Brosem Hertfordshire, onde fica o Harry Potter Studio Tour, para repetir esse chamado de apoio. Ela vai mirar seu considerável poder de fogo em tentar acabar com os horrores que testemunhou enquanto relança sua caridade, Lumos.
Há nove anos, ela viu fotos de jornal de crianças presas em camas na Romênia e jurou acabar com esse sofrimento.

Nos últimos anos, Rowling tem feito visitas secretas para ver os trabalhos de sua caridade em Moldávia, República Tcheca, Ucrânia e Romênia. O que ela viu a transformou em uma ativista comprometida.
“Devemos mudar tudo para que essas atrocidades não aconteçam mais. O pensamento ex-comunista – de que o Estado deve pegar as crianças e colocá-las numa lata de lixo – deve ser transformado em algo do passado” diz ela.

“O fato de que um milhão de crianças somem na Europa todos os anos tem que ser gritado dos terraços.”

“Sempre me interessei pelos excluídos – e certamente crianças com necessidades especiais – porque eu lhes eduquei por um tempo” disse J.K. Rowling, que criou a caridade infantil Lumos.

Uma coisa é certa: Joanne Rowling não está inativa. Sua voz carrega influência global. Até mesmo um suspiro sobre Harry Potter é imediatamente uma sensação na mídia social.

Este ano ela publicou um thriller criminal, “O Chamado do Cuco”, sob o pseudônimo Robert Galbraith; outro romance, “Morte Súbita”, veio ano passado, e ela está trabalhando nos volumes dois e três de Galbraith, fazendo de Cormoran Strike um dos detetives particulares mais famosos do mundo. Um parque temático de Harry Potter abrirá logo mais no Japão e há muitos compromissos.
Ela faz malabarismos para cuidar de seus três filhos com seu marido, Neil, que mantém os pés dos dois no chão ao trabalhar como clínico geral.

Aos 47 anos, ela exala confiança, carisma e foco. Seu alcance com os livros é global e ela quer que sua caridade tenha o mesmo impacto.

A ONU estima que haja oito milhões de crianças em instituições de caridade, um milhão no centro e leste da Europa.
Ela gostaria que cada uma encontrasse lares com suas próprias famílias ou adotivas.

E enquanto o mundo focou em seus livros (450 milhões vendidos até agora), ela doou milhões de libras para estabelecer Lumos, secretamente libertando milhares de crianças de supostos orfanatos que mais parecem prisões e devolvendo-as às famílias.

A inspiração para sua caridade vem de Harry, uma criança desprovida de pais, amor e esperança, que luta para sobreviver ao bullying e ao isolamento.

“Harry foi deixado em um ambiente muito hostil, então há paralelos claros” explica.

“Ele é um menino tirado de sua família pela perda. A maioria das crianças com as quais lidamos não são órfãs, mas estão lá por causa da pobreza de seus pais ou situações pessoais.”
Como todo trouxa (nãobruxo, para nãoleitores de Harry Potter) sabe, ‘lumos’ é o brilho na ponta de uma varinha, descrito primeiro em Harry Potter e a Câmara Secreta. Harry, então, tem sua parte a fazer.

“Nomeamos a caridade em homenagem ao feitiço que dá a vida em Harry Potter, e estou confortável com isso.”

Mas sua determinação para confrontar o tratamento terrível dado a crianças no mundo todo é inspiradoem sua própria – e muito real – história de vida.

“Sempre me interessei pelos excluídos – e certamente crianças com necessidades especiais – porque eu lhes eduquei por um tempo” ela me diz.

“Foi o começo de meu interesse por crianças que precisam de ajuda daqueles mais aptos. Minha situação me deu muito combustível para minha paixão por esta área.”

Apesar de relutante ao falar de si mesma, ela explica: “Fui tão pobre quanto é possível ser neste país. Fui mãe solteira. A frase chave é ‘neste país’, porque vivemos num estado de bem-estar social”.

“Na Grã-Bretanha não dizemos ‘Você não pode sustentar essa criança e estou tirando-a de você’.É isso que dizem às pessoas em alguns países do Leste Europeu.”

“Não estou criticando essas mães que deixam os filhos irem. Elas pensaram ‘Ele ou ela vai passar fome comigo ou ser alimentado (a) numa instituição’.”

“Que escolha. O que você não faria para ficar com seus filhos?”
Rowling reconhece a dor terrível e a natureza da pobreza.

“Como posso não sentir empatia – eu estive lá, mas numa sociedade muito diferente. E graças a Deus tive uma filha saudável. E se minha filha tivesse estado tão doente que eu não pudesse trabalhar ou fazer compras. O que teria acontecido?”

Ela visitou casas de um só quarto em Moldávia e através das regiões centrais e orientais da Europa, onde as famílias mal têm o que comer. Então, o que será que ela sente em comum, tendo sido tão pobre e agora tão rica?

“Eu sei. É difícil falar sobre isso sem sentir que se está buscando pena, e não estou. Todos sabem como tive sorte; sou uma das pessoas mais sortudas do mundo.”

Ela revela o que lhe causa tal empatia com os menos favorecidos.
“Eu me lembro de que há vinte anos eu deixava de comer para que minha filha pudesse comer.Lembro-me de noites nas quais literalmente não havia dinheiro. Eu faria qualquer coisa para trabalhar e trabalhava o máximo que podia.”

“Desde então houve mudanças no sistema beneficiário, mas naquela época você pode ganhar no máximo £15 extraspor semana, e era o que eu fazia. Eu tinha £68 para viver por semana e conseguia mais £15.”

“Agora posso doar. Não sei se sempre fiz isso da melhor maneira.”
“Doei grandes quantias a diferentes causas e de vez em quando me sinto melhor. Mas o sofrimento de crianças me afetou tanto que quis criar minha própria caridade.”

“Agora estamos sendo recomendados, referenciados e bem-vindos em sistemas de caridade para conseguirmos os efeitos da mudança.”
“Nunca fui arrogante o suficiente para pensar que tinha todas as respostas. A solução foi conseguir pessoas brilhantes.”
Rowling está ciente de que a vida está dividida entre ‘antes’ e ‘depois’ de ela atingir a bolada literária.

“Eu lembro vividamente por causa das £2.500 iniciais: muito dinheiro para mim. Houve noites nas quais eu tinha um biscoito RichTea e esse era o jantar. £2.500 parecia uma fortuna.”
“Aconteceu de repente e foi maravilhoso em certo sentido. Eu tinha segurança. Eu podia comprar uma casa. Eu podia olhar para minha filha e pensar ‘Uau, eu posso te comprar coisas!’Foi fenomenal, mas também desorientador.”

“O grande momento foi um grande adiantamento dos Estados Unidos em 1997. Paramos de pagar aluguel e pude comprar uma casa.”
“Depois não houve só avanços, foram royalties entrando e aí você precisa de orientação para não estragar tudo.”

“Eu morria de medo de apertar o botão errado e perder tudo e ter que olhar para minha filha e dizer ‘Mal tivemos uma casa e agora devido a um erro estúpido…’”

“Eu não sei o que pensei que estava fazendo, mas meu medo era cometer um erro ridículo e tudo desaparecer.”

“Ela não precisava ter se preocupado – escrever na mesa de um café em Edimburgo ia deixá-la tão rica que ela não poderia imaginar.”
“Então cartas de pedidos começaram a chegar. Caridades escreviam. De repente você pensa:‘Eu posso doar e posso fazer algo por eles.’ Coisas que você nunca considerou chegam em sua vida: doar dinheiro às pessoas certas, fazer a coisa certa. E você entende o que o dinheiro pode fazer, principalmente quando você está tentando usá-lo para efetuar mudanças.”

Rowling nunca gastou muito. Viagens de férias são suas maiores despesas.

“Tenho pés que formigam e amo viajar, mas naquela época eu temia gastar muito em qualquer coisa.”

Sua posição em relação ao dinheiro é mais bem ilustrada por uma conversa que teve com Oprah Winfrey, a mulher mais rica dos EUA.
“Ela disse‘Você aceitou agora que sempre será rica?’Eu disse‘Não, e você?’Ela disse‘Sim, agora eu sei que sempre serei rica.’Eu disse‘Não sei disso.’É engraçado porque não tem relação com o que há na conta bancária, é puramente emocional.”

“Às vezes ainda me preocupo com dinheiro. Se você foi muito, muito pobre e teve que cuidar de um filho sozinho, isso lhe dá uma grande conexão com as famílias que são pressionadas a desistir de seus filhos.”

“Se você é muito, muito pobre e está grávida, não há nada no mundo que te deixe mais vulnerável e ansiosa: você está preparada para passar fome. Pensar em dinheiro saindo sem seu filho poder comer é assustador.”

Família é sua primeira prioridade.

“A razão principal de eu ir a Londres é para cuidar da Lumos. Para as outras coisas eu fico em Edimburgo e as pessoas vêm até mim porque quero ficar com meus filhos.”

“É difícil para eles entender uma situação em que eles poderiam ser tirados de suas famílias. Tivemos conversas nas quais eles não podem conceber como eles poderiam ter ido para um lugar desconfortável e estranho, longe de casa. ‘Eu teria visto você?’ eles perguntam. ‘Não’ é muito assustador para eles contemplarem.”
Tem sido uma jornada extraordinária, jogando-a sob os holofotes de um modo que ela nunca teria imaginado. Ela foi uma testemunha potente no Inquérito Leveson e pensa que já houve mudanças para melhor na imprensa.

“Não sou anti-imprensa nem antijornalista, mas estive em uma situação bem vulnerável. Eu era mãe solteira e tinha um tsunami de atenção da imprensa quando estava me sentindo bem frágil.”
“Tornei-me muito protetora em relação à minha vida familiar e muita gente sabe por quê. Algumas coisas não são disponíveis. Você tem que ser rígido nisso.”

“Meus filhos merecem uma infância livre de intrusões porque eles não me escolheram como mãe, nem a situação.”

“Minha família sabe que tem sorte de ter uma casa boa e férias boas, porém há um lado ruim e eles viveram isso. Sou diferente: as pessoas estão interessadas em mim e estou bem com isso.”
“Mas há uma linha muito grossa em volta de minha família. Meu marido é medico e quer ter uma vida normal e ele tem direito de fazer isso.”

Houve alguma melhora no comportamento da imprensa?
“Enorme. Se Harry Potter acontecesse agora, acho que teria tido uma experiência muito diferente. Mas em 1997 foi como o Velho Oeste. Senti uma mudança e ela foi muito bem-vinda. Havia uma sensação físicade ser seguida e vista.”

“Isso acabou. Sou muito mais chata agora. Estou casada há 12 anos e tenho sido feliz, então sou menos interessante. Aquelas ligações telefônicas misteriosas tentando obter informação desapareceram. Era rotineiro, já acabou e agradeço a Deus por isso.”

O desejo de fazer o bem é um motivador-chave.

“Sou atraída por pessoas vulneráveis”diz.

Isso se estende a seu novo herói, Cormoran Strike, azarado e vivendo em seu escritório depois de se divorciar e tentando salvar sua carreira – sem nunca reclamar que perdeu uma perna lutando por seu país.

“Sou muito atraída por histórias de ressurreição, né? É o que eu continuo fazendo. ‘Morte Súbita’ foi uma tentativa. Quase houve uma ressurreição de Krystal [uma adolescente sofrida no romance]. Ela deveria ter conseguido, mas não pôde.”

“Morte Súbita” foi vista por alguns como um ataque à classe média. Rowling argumenta que esse não é o caso.

“Não sou nem um pouco anti-classemédia” explica. “Olhe para mim! Sou pró-pessoas colocarem dinheiro e tempo e esforço para tentar melhorar o mundo.”

“E a classe média faz isso muito bem mesmo. Eu seria a última pessoa a negar isso, sendo eu mesma da classe média.”

Para pistas sobre a verdadeira J.K. Rowling, você poderia ler “O Chamado do Cuco” e olhar para Robin, a assistente pessoal eficiente de Strike… que emerge como a heroína da obra.

“Eu amava Robin” diz.

Há muito de Rowling na operadora esperta, supercompetente e independente?

“Gostaria de pensar isso, porém há muitas diferenças. Robin é tão prestativa, organizada e limpa… eu não sou nada disso! Bom, sou prestativa, mas não organizada nem limpa. Não posso dizer mais porque você está me levando ao território do próximo livro.”
Uma indicação muito clara de que ‘Robert Galbraith’ pretende continuar sua carreira de escrever thrillers. Como ela escolheu esse pseudônimo?

“Sempre amei o sobrenome Galbraith. E escolhi Robert porque Robert Kennedy era meu herói.”

Em quinze dias, Rowling irá co-presidir um evento para arrecadar dinheiro e reconhecimento aLumos e sua missão.

Ela tem recebido pouca atenção até agora, enquanto ela construiu silenciosamente uma organização profissional que está se espalhando pela Europa.

Ela trouxe especialistas em psicologia infantil, trabalhadores voluntários, profissionais de saúde, e estabeleceu conexões em nível nacional e local com políticos ao redor do continente – com o objetivo de trazer mudanças ao alterar leis, práticas, opiniões e preconceitos.

Ela teve que mudar o pensamento de nações inteiras sobre como lidar com crianças em supostos orfanatos.
O próximo passo para Lumos é ver como pode ajudar crianças na Grã-Bretanha. Sua caridade tem sete anos de idade e como Harry Potter, está crescendo.

Seu sucesso tem sido dramático. Ela ajudou 7.000 crianças. Em países como Moldávia, a nação mais pobre da Europa, diminuiu o número de crianças vivendo em instituições em 63% e ajudou a fechar um terço da instituições ‘oficina’.

Agora é uma das maiores forças em pobreza infantil no mundo da caridade, e está indo para o próximo nível.

A Lumosé vista hoje pela OMS e ONU como o modelo para trazer mudança às crianças tiradas de suas famílias.

Rowling sabe que está engajada em uma batalha política e filosófica tanto quantoem levantamento de dinheiro.

“Não dá para negar, é politico. Você não pode sair disso. Quando países comunistas dizem que o Estado é o provedor de cuidados mais efetivo eu discordo por completo.”

“Não porque acho o capitalismo melhor. Simplesmente porque todo profissional da saúde ou psicólogo concorda que o modo mais saudável e o melhor cenário para uma criança crescer é dentro de uma família.”
Mas é uma missão política que continua muito pessoal.
“Sou atraída por situações nas quais as pessoas não tem poder, não tem voz. Há algo nisso que me toca mais que tudo.”

“E quando vi as fotos daquele menininho numa gaiolana República Tcheca em 2004 (eu sei porque estava grávida do meu terceiro filho), não pude pensar num ser humano mais indefeso que um menininho com dificuldades de aprendizado tirado de seus pais e sem a família saber o que estava acontecendo.”

“Todas as pesquisas mostram que quando você tira uma criança de seu lar, o relacionamento-chave perdido é normalmente a mãe. E quando você separa de uma mãe, as chances de aquela criança se tornar invisível aumenta de modo exponencial.”

“Elas são dez vezes mais propensas a se matar, centenas de vezes mais propensas a entrar na prostituição e num perigo muito real de serem traficadas.”

Rowling lembra-se de ver exames de cérebros infantis que pararam de se desenvolver por falta de estímulo, ao serem trancadas em instituições. Ela lembra-se de um garoto que conheceu na República Tcheca.

“Ele tinha sido colocado numa instituição devido à pobreza quando muito pequeno… então supreendentemente, em sua adolescência foi reunido com sua mãe. E de repente ela morreu, apenas dois meses depois.”

“Esse menino estava me dizendo tudo isso por um intérprete que perguntou como isso lhe fazia sentir. Pensei ‘Não pergunte isso!’ Eu estava em pedaços. Ele respondeu simples ‘Ninguém que não tenha passado por isso pode saber como foi.’”
“Tinha apenas 16 anos e foi muito sofrido conseguir a mãe de volta e depois perdê-la.”

“Outra vez, com um grupinho de três ou quatro crianças, uma menininha correu até mim, sentou no meu colo e não queria sair. Eu tinha sorrido para ela e foi isso. Ela tinha o cabelo aparado muito curto, não sei se era por causa de doença ou higiene, mas ela era a coisinha mais fofa.”

“O que realmente me chocou, sabendo de tráfico e crianças que somem dessas instituições, é como é fácil uma criança com fome de afeição ser levada a uma situação muito ruim.”

“Foi incrivelmente doloroso. Eu não queria dizer adeus e ela também não.”

“O incidente que me matou foi uma menina deficiente física que foimandada para a instituição e costumava perguntar por sua mãe.”
“A enfermeira saía de casa à noite para cuidar da menina e fingir ser sua mãe. Muito triste.”

Joanne Rowling está docemente constrangida de ter dado tanto de seu próprio dinheiro para sua caridade: são muitos milhões de libras.

Ela está ciente de que pode parecer indulgência de uma mulher muito rica. Mas não há dúvida de que isso vem de uma urgência dentro dela, um desejo de trazer mudanças, muito além da mensagem de redenção dos livros de Harry Potter.

Aos vinte e poucos anos, ela trabalhou para a Anistia Internacional e a Ajuda Cristã. Talvez haja um pouco de seu DNA que é feito para combater injustiça.

“Tenho essa citação de E.B. White na parede do quarto onde escrevo”diz Rowling.

“Ela diz ‘Levanto de manhã dividida entre um desejo de melhorar o mundo e um desejo de aproveitar o mundo. Assim fica difícilplanejar o dia’.”

Traduzido por: Mari Trevisan em 29/07/2014.
Revisado por: Bárbara Waida em 30/07/2014.
Postado por: Pedro Martins em 31/07/2014.
Fonte: Daily Mail.