SWEENEY TODD
Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Tayra Vasconcelos ~ Judão
07/02/08

Tá na cara que Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet vai ser um super sucesso. Pra começar que, já diria uma mocinha, nos idos anos de 2005, “é Johnny Depp, e é Tim Burton”. Apesar disso, e embora eu tenha certeza que 99,9% das pessoas que estão lendo essa resenha já sabem, não custa nada dar um toque nos mais desavisados: Sweeney Todd é um musical, ok? E se você não curte musicais, não adianta ser fã do Johnny Depp ou do Tim Burton, que a chance de você gostar é muito pequena — o Borbs que o diga. É música atrás de música, e os diálogos não cantarolados são muito poucos.

O filme nada mais é do que uma adaptação do musical homônimo de Stephen Sondheim e conta a história do barbeiro Sweeney Todd (interpretado magistralmente por Johnny Depp), um jovem que é preso injustamente por determinação do juiz Turpin (Alan Rickman). Ao sair da cadeia, ele coloca em prática a sua vingança, reabrindo a barbearia e se tornando um barbeiro sanguinário. Escolhendo a dedo seus clientes, para que a falta deles não fosse notada, ele vai matando um a um, alimentando de sangue sua sede de vingança. Mrs. Lovett (Helena Bonham Carter) é uma famosa quituteira que, apaixonada pelo barbeiro, vira sua parceira e cúmplice de seus crimes. Na verdade, ela usa os restos mortais das vítimas do barbeiro para assar suas tortas, que acabam virando uma verdadeira sensação de Londres. A vingança, a paixão desmedida e o desespero dão o tom dramático ao filme.

Com litros e mais litros de sangue escorrendo por todos os lados, muita música e muita rima, o filme se desenrola para seu final trágico, brindando os espectadores com um cenário sombrio (bem a la Tim Burton), repleto de atuações sensacionais e com uma direção impecável. Helena Bonham Carter já mostrou que é muito mais do que a mulher do diretor, e a cada filme que passa, esbanja todo o seu talento e nos presenteia com atuações memoráveis. Alan Rickman também, está sensacional, como sempre. Um dos pontos altos é a breve aparição do eterno Borat, Sacha Baron Cohen, que está impagável na pele do Signor Pirelli.Gostaria muito de ver um filme como Sweeney Todd ganhar o Oscar, seria uma bela sacudidela nas decisões previsíveis que a Academia sempre toma. A gente bem sabe que, apesar de indicado, a chance desse filme sair com a estatueta na mão é bem pequena, mas a torcida do Judão está toda concentrada nele (ou nem toda, já que o Borbs torce por Juno). Vai, Tim Burton! =D