Conferência “mirim” em Edimburgo. ITV, 16 de julho de 2005.

[Nota do editor: essa entrevista teve os repórteres “mirins” — fãs entre idades de 8 e 16 anos escolhidos ao redor do mundo]

Gillian MacKay para BBC Radio Scotland – Existe uma pergunta em potencial que não fizeram e você estava esperando? Qual seria?

Eu toquei nesse assunto da última vez que fiz uma leitura da Ordem da Fênix no festival de livros de Edimburgo e eu disse que nunca tinha sido perguntada porque Voldemort não morreu quando atacou Harry. Todo mundo já terminou de ler o Enigma do príncipe? Muito bem! Essas pessoas vão saber a resposta. Mas na época ninguém tinha me perguntado isso antes, a única coisa perguntada foi por que Harry tinha sobrevivido, e eu disse explicitamente que a maldição mortal se voltou contra Voldemort e ninguém pensou em por que ele não morreu.

Alice Cudmore, The Bookseller -Quantas horas por dia você passa escrevendo?

Varia, Eu acho que no final do Enigma do Príncipe, eu certamente estava fazendo oito horas por dia e teria feito mais tempo, mas naquele momento eu estava pesadamente bem grávida, e chega um ponto em que você está absolutamente enorme, você tem que levantar e andar um pouco, porque fica literalmente desconfortável.

Eu já fiz dez horas por dia no passado, o que não é mais possível com uma família jovem, e eu costumava trabalhar a noite inteira, o que eu adoro, mas, novamente, não é mais possível com uma família de crianças

Edward Hollet representando W H Smith – Se Voldemort encontrasse um bicho papão, o que ele veria?

A coisa que Voldemort mais teme é a própria morte. É a procura de toda sua vida, enganar a morte, então ele veria ele mesmo deitado no chão, morto.

Bethan Roberts repórter do The Times Educational Supplement – No segundo livro, se você vê um basilisco e está usando óculos, eles irão te proteger? Se protegerem, porque a Murta-que-geme morreu, e esse eles não protegem, por que não?

Essa é um pergunta realmente boa. E já me perguntaram antes. Eu tive que decidir que os óculos não podem proteger. Eu tive que fazer isso, porque obviamente teriam uma boa quantidade de pessoas em Hogwarts usando óculos e eu pensei que isso poderia causar problemas na trama, então eu decidi que apenas óculos não poderiam proteger.

Mas como você sabe, eu protegi Justino [Finch-Fletchley]* pela lente da câmera, então eu acho que estou aberta a criticas nesse ponto, mas do jeito que eu expliquei para mim mesma, ele estava olhando por várias lentes e não estava vendo a coisa de verdade, não estava na sua linha de visão, quando você olha através de uma câmera, você está olhando através das lentes, é um pouco distorcido, você pode discordar de mim nesse ponto e eu não te culparia, mas esse foi o jeito que eu expliquei para mim mesma na época.

[*nota da tradutora: JK. Disse que Justino foi protegido pela lente da câmera, mas na verdade foi Colin Creevey o protegido, Justino Finch-Fletchey foi protegido porque olhou para o basilisco através de Nick Quase Sem Cabeça.]

Kirsten Weir do The Scotsman -Tem havido muita especulação sobre o livro considerando o bem e o mal. Você acha que Harry Potter é um bom exemplo para uma geração?

Eu vejo Harry como alguém que está lutando para fazer a coisa certa, que não é perfeito, que age impetuosamente, como você esperaria para alguém da idade dele, mas que é uma pessoa muito leal, e muito, muito corajosa. Então, como ele tem qualidades que eu admiro muito, eu diria que ele é um bom exemplo. Isso não significa que ele é santo, mas francamente, quem é? Mas eu acho que nós vemos o bastante da Vida Interna de Harry, o funcionamento da mente dele nos livros para concluir que ele é humano, lutando para fazer a coisa certa, o que eu acho admirável.

Michael Artist do Australian Sunday Telegraph – Te preocupa o fato de você estar demorando mais para escrever cada livro, que alguns de seus fãs estão crescendo, ficando grandes para Harry Potter e se interessando em outros livros?

Bem, honestamente, eu espero que sim. Eu não estou dizendo que quero ser abandonada pelos meus fãs ou coisa assim. Mas se é o caso de estas pessoas estarem saindo de Harry Potter para outros livros, nada poderia me deixar mais orgulhosa, particularmente se estas pessoas não eram ávidos leitores antes de encontrarem com Harry Potter. Na verdade não está demorando para escrever os livros.

Tem havido um espaço de dois anos entre o três últimos livros, entre o Cálice e a Ordem e a Ordem e o Enigma do príncipe, isso é porque eu parei um tempo, eu estava trabalhando arduamente por 8 ou 9 anos e em parte porque tive mais dois filhos e eu quero passar mais tempo com as minha crianças. Se eu perder fãs por causa da espera, eu vou ter que agüentar. Eu estou muito feliz por manter fãs o máximo que posso. Essa é minha escolha. E não posso dizer mais do que isso.

Rosa Jenkins para The Observer – O que te fez querer começar a escrever os livros de Harry Potter?

Eu tive a idéia, como já disse muitas vezes, em um trem, e eu simplesmente amei demais a idéia e mal podia esperar para começar a escrever, o que é perfeito. Iris Murdoch disse que escrever era como se casar, você não pode se comprometer até que não possa acreditar na sua sorte. Foi assim que me senti com Harry.

Alice Gurney para o Daily Herald – Em todos os outros livros , começa com Harry na casa dos Dursley e depois ele vai para a escola, mas nesse livro não é assim. Há uma razão em particular para isso?

Existe um outro livro em que eu não comecei do ponto de vista de Harry, que é O Cálice de Fogo. Se você lembra, começou na casa dos Riddle. Sem querer entregar muito para as pessoas que ainda não leram o Enigma do Príncipe, este é um conflito que está se expandindo agora, não é mais apenas a luta secreta de Harry para ser acreditado, todo mundo sabe que Voldemort está de volta, todo mundo agora sabe, que muitas pessoas estão sendo afetadas e eles sabem quem está por trás. Então, foi um bom artifício mostrar isso.

George Moore for The Times – Que idade tem Dumbledore?

Eu o vejo tendo 150 anos, eu já tinha dito antes que bruxos, a não ser que contraiam uma doença mágica horrível, e isso acontece… eles não envelhecem como nós, caso você não se lembre, essa foi uma questão sobre Flamel e Dumbledore, porque eles eram amigos se o cara já tinha 600 anos, eles se tornaram amigos durante o tempo de vida de Dumbledore, e não desde a infância, do contrário Dumbledore seria uma raridade.

Então quantos anos ele tem?

Mais ou menos 150.

Trisha Mittal para o Hindustan Times India – Minha pergunta é, porque o relógio dos Weasley está em “perigo mortal”?

A Sra. Weasley está certa, se você não sabe do que eu estou falando, os Weasley têm um relógio em que cada um dos nove ponteiros representa um membro da família, e eles apontam para coisas como, no trabalho, viajando e por aí vai. Bem, no começo desse livro todos apontam para perigo mortal. Sra. Weasley está certa, ela esperava que todos estivessem em perigo e agora estão. Bem, se os comensais da morte tivessem esses relógios, seus ponteiros não estariam apontando para “perigo mortal”, e os Weasley são chamados de traidores do sangue; em outras palavras, eles são de sangue puro mas não agem como, eles convivem e gostam de trouxas, sendo assim eles estão na linha de fogo, eles não estariam entre as pessoas favoritas de Voldemort?

Cara McKenzie para o Radio Forth – Todos os anos em que Harry esteve em Hogwarts, o professor de defesa contra as artes das trevas deixou Hogwarts ou morreu. Isso significa que alguma coisa irá impedir Snape de ser o professor de DCAT no livro 7?

Sim. Eu realmente não posso dizer mais do que isso. Isso porque esta é uma dessas perguntas que são boas perguntas e que todo mundo gostaria de uma resposta, mas entrega muita coisa. Com certeza haverá outro professor, sim.

Vhari Leishman para Bloomsbury.com – Eu estava pensando se no final do sétimo livro, nós teremos um pouco do que será a vida de Harry e Hermione pós-Voldemort, em um epílogo ou um livro à parte (presumindo que eles sobrevivam ao livro sete)?

Muito bom, presumindo que todos sobrevivam, pode ser que eu mate todo mundo, ou não, não me escrevam cartas. Já existe um capítulo em que você saberá tudo sobre os sobreviventes após Hogwarts, então, eu terei que reescrever quando chegar lá, porque isso foi escrito há anos atrás, e não foi escrito para ser usado exatamente como está, é na realidade um ato de fé, era eu dizendo para mim mesma “eu vou chegar aqui e essa informação é o ponto final e é aqui onde eu estou tentando chegar”, então, sim, haverá um epílogo.

Rebekah Todd para o Teen Titles -Você irá escrever outro livro característico?

Eu não sei, honestamente eu realmente não sei o que eu vou escrever depois de Harry Potter. Eu li recentemente no jornal que irei escrever romances policiais, foi novidade pra mim, mas é uma boa idéia, quem sabe? Honestamente eu não sei se tenho coisas revirando-se na minha gaveta, para as quais eu possa voltar ou escrever algo completamente diferente, não poderia dizer agora.

Kieran Wright para o Amazon – Sendo eu um cidadão de Bristol, se não me engano, você veio de Winterbourne?

Sim, eu vim.

Você baseou algum de seus personagens ou áreas em seu tempo em Bristol?

Vamos ver, eu peguei o nome Potter, que eu já disse antes, das pessoas que viviam no fim da minha rua em Winterbourne. O nome de família deles é Potter, havia um garoto e uma garota naquela família e eu gostei do sobrenome e o usei, não peguei mais nada daquela família. Mas nós deixamos Winterbourne quando eu tinha 9 anos, 8 ou 9, e não, eu não baseei nenhum personagem em alguém de Winterbourne.

Megan Calcott for the Daily Mirror – O que você vai fazer da sua vida depois de terminar o último livro de Harry Potter?

Com a minha vida? Eu tenho que achar algum significado depois de Harry Potter. Eu vou gostar de passar algum tempo com meus filhos, o que já faço, obviamente, mas seria bom talvez passar um pouco mais de tempo com eles. Eu sei que continuarei escrevendo, mas o que irei escrever eu não sei ainda. E eu acho que vou ter que superar o choque pelo fato de que Harry não estará mais na minha vida. Vai ser realmente um choque, porque eu tenho escrito sobre ele por 15 anos até agora, e no momento em que eu terminar vão ser 16 ou 17 anos, Eu não sei quando o livro Sete será publicado. Mas será definitivamente a chave.

Madeleine Farquhar para o Globe and Mail, Australia -Minha tia é escritora, ela só escreve um tipo de livro. E se você escrever qualquer livro depois de Harry Potter, você irá escrever outro livro de fantasia?

Isso é uma coisa que eu definitivamente posso controlar, eu acho que eu não vou mais escrever mais nenhum livro de fantasia, a razão disso é obviamente que eu acabo de escrever uma longa fantasia que será ainda mais longa quando estiver terminada, e eu acho que pus minha melhores idéias de fantasias em Harry Potter e se eu tentar escrever mais um livro de fantasia eu sentiria como se fosse o segundo melhor. E eu amo demais os personagens que escrevi em HP, acho que seria como uma pequena traição se eu fizesse uma outra fantasia, eu gostaria que apenas fosse minha primeira e única brava tentativa nesse gênero, eu acho.

Declan Peter para Scotland on Sunday – Que livros você leu quando criança? Eles te inspiraram para escrever Harry Potter?

Eu disse que escrevi para Paul Gallico e Elizabeth Goudge, que eu li. Eu li bastante coisa que minha mãe me deu, por exemplo, Enyd Blyton, que não é minha autora favorita, mas quando eu era mais jovem eu li livros como The famous Five (Os cinco). Vamos ver, o que mais? Na verdade eu não li muita fantasia, e o mais engraçado é que mesmo que tenha lido os livros de Nárnia, eu nunca terminei a série, nunca li o último livro.

Talvez eu devesse voltar e completar a minha educação nesse assunto. Mas eu li muito livros adultos, e minha mãe nunca me proibiu, nunca fui proibida de ler nada da estante, então eu lia tudo e qualquer coisa, e não apenas livros infantis.

Jasmine Lane para o Sunday Mail de Brisbane -Quantas páginas você planejou pra o sétimo livro e você está pensando em dar um ponto final em Harry Potter ou deixar um final aberto para o futuro?

Eu realmente não sei ainda o tamanho do sétimo livro, mesmo que tenha um plano, eu ainda não fiz a trama capítulo por capítulo, então não posso te dizer. Eu não acho que vá ser tão longo quanto a Ordem da Fênix, mas eu vou me reservar o direito de deixar do tamanho que eu quiser. Se eu vou dar um ponto final em Harry? Eu provavelmente não posso te dizer isso, desculpa.

Francesca Donnelly para o Borders – Em Harry Potter e o Enigma do Príncipe, Harry e seus amigos crescem bastante. Como você se sentiu nessa passagem para a vida adulta através do livro, você se arrepende da perda da inocência da infância?

Eu não me arrependo pela perda da inocência da infância porque eu sempre achei estranho ler livros infantis em que a criança não são permitidas ter sentimentos românticos ou ficar com raiva, em outras palavras, não são permitidos serem seres humanos normais.

Eu acho que na Ordem da Fênix você os vê crescer, você os viu crescer gradualmente através da série. Certamente um dos três cresce bastante, ele tinha sido muito imaturo em alguns aspectos e de repente voe o vê dar um passo enorme e isso de alguma maneira foi intencional.

Peter O’Brien para o Easons Ireland – Você vai apresentar novos personagens no último livro?

Haverão alguns personagens que vocês não conhecem muito bem, e talvez alguns novos personagens, mas ninguém realmente importante, vocês já conhecem toda a lista de personagens.

Zoe Brennan para o The Sun – Se você pudesse escolher ser qualquer um na história, quem você seria e por quê?

Qualquer um na história?

Sim.

Ai Deus, sabe, as pessoas que eu mais admiro, pessoas como Jane Austen, eu não acho que eles tenha tido vidas particularmente felizes, então não queria a vida deles, então você poderia ser egoísta e escolher a vida de Henrique 8º, mas eu não gostaria de fazer isso também.

Para ser honesta, eu sou uma pessoa muito feliz, não consigo pensar em ninguém que gostaria de ser neste momento.

Emmy Chahal para CBC, Canada — Eu estava pensando, qual seria o conselho mais valioso que daria a um escritor aspirante?

Leia o máximo que puder, eu acho que não tenha nada mais importante, pois eu acho que isso te mostra o que é uma literatura na sua opinião, obviamente é muito subjetivo. Você provavelmente vai passar por uma fase em que imita seu autores favoritos e eu acho que isso é necessário para um bom processo de aprendizagem.

Depois que você aceita, precisa de muitas pessoas com perseverança e pessoas que o mereçam você provavelmente não vai gostar de 90% do seu trabalho, um dia irá escrever uma única página que goste, e irá escrever uma história e cima disso.

Sam Howells para o Sunday Mirror – Existe alguém, autor ou experiência de infância que tenham influência do seu talento e estilo de escrever em livros infantis?

Você diz, outro autor?

Sim.

Eu acho que tem uma autora que eu já disse antes, tem uma autora chamada Elizabeth Goudge que escreveu “O Cavalinho Branco”. Ela escreveu em pequenos detalhes a comida que todos comiam. Por isso os banquetes de Hogwarts são muito bem descritos, eu acho. Eu acho que o fato de eu saber o que meus personagens estão comendo, não sei o que isso diz de mim. Não consigo lembrar de ninguém que tenha influenciado a mim mais do que isso, desculpa.

Katie MacDonald para o Edinburgh Evening News – Tem alguma alguma coisa que você escreveu entre o primeiro e o segundo livro que você desejaria mudar para a trama de HP e o enigma do Príncipe?

Eu tenho escrito Harry Potter por 15 anos , então tive muito tempo para refinar a trama ou o curso da narrativa, então não acho que eu iria mudar isso.

Ross Cowan para o Scotland Today – Qual era o seu livro favorito quando era criança?

Meu livro favorito… varia muito, são tantos. Um livro que eu realmente gostei e minha filha gostou… foi “Manx Mouse” de Paul Gallico, um livro para crianças mais jovens, eu ainda acho que um é livro muito bom e intrigante. Dê uma olhada se estiver a fim de ver algo diferente.

Karis Ronaldson para Historic Scotland Magazine – Os filmes de Harry Potter alcaçam suas expectativas?

Por tudo e com tudo eles suprem minhas expectativas. Sim. Digo, obviamente eles não são a mesma coisa que os livros, mas isso é porque se você fizesse cada cena do livro e colocasse em filmes, estes teriam 24 horas cada, então eles tiveram que podar e mudar as coisas levemente.

Eu falei sobre a entrada do Salão Principal, eu trabalhei com Chris Columbus, o diretor dos dois primeiros filmes, e ele me perguntava muito sobre como as coisas eram, foi como entrar na minha própria cabeça, foi uma experiência peculiar.

Helen Carron para a ITV – Meus personagens favoritos são Fred e Jorge, porque eles são muito engraçados, e eu gosto de todas a invenções que eles fazem, sendo minha favorita as orelhas extensíveis. Que invenções das Gemialidades Weasley você gostaria mais e por quê?

Da loja de logros, bem, meu favorito seria o encanto do sonho diurno, onde você se pluga em um sonho durante o dia, para escapar da aula ou trabalho, o que eu já posso fazer sem a ajuda de um produto mágico e tenho certeza que muitos de vocês também, parece que eles colocaram a fantasia em uma caixa, e que você poderia praticá-la durante uma aula chata. Eu gostei mais deste.

Lizzy Atkinson para o The Guardian – Os pais de Harry morreram, mas ele foi consolado pelo Espelho de Ojesed, agora Sirius morreu e não há nenhuma chance de vê-lo de novo, os livros estão ficando cada vez mais sombrios e se aproximando da vida real?

Bem de uma certa forma, sim, mas isso reflete na vida real o fato de que Harry está mais velho agora e tenha mais compreensão do que perda significa, pessoas muito jovens são, na minha opinião, anestesiadas, não estou dizendo que não é muito doloroso, mas talvez eles recebam mais consolo por causa da sua juventude. Harry está muito isolado agora.

Tendo dito que os livros estão mais sombrios, as vezes eu me surpreendo com as pessoas que dizem isso, por que obviamente A pedra filosofal começou com um duplo assassinato e eu acho isso uma imagem horrível, a parte de trás da cabeça de Quirrel, eu ainda acho que tenha sido uma das coisas mais assustadoras que eu já escrevi, não acho que os primeiros livros tenha sido desprovidos de coisas obscuras.

Sorley Richardson para o Publishing News — Por que você tinha que matar Sirius, quando foi a melhor coisa que aconteceu ao Harry em anos?

Então voltamos ao ponto onde sou uma assassina né? As pessoas me perguntam muito isso e eu já disse repetidamente que o Sirius era o meu personagem favorito, por que ele tinha que morrer? Você pode imaginar o quanto isso me faz mal? E na verdade quando matei Sirius eu entrei na Internet e de alguma forma eu me deparei com um fansite dedicado inteiramente a Sirius e eu o tinha matado nas últimas 48 horas, então isso não foi legal.

Eu acho que você vai se dar conta de que ele teve de morrer em questão de trama, quando você ler o sétimo livro. Não foi arbitrário, mesmo que uma das respostas eu já dei antes. Eu acho mais satisfatório para o leitor se o herói for sozinho, dar a ele muito apoio deixa o trabalho muito fácil, desculpa.

Harry Malinson para Red House – Quando você está escrevendo Harry Potter, com que freqüência você acha que a história está te levando pra um ponto onde você não esperava ter ido?

Já aconteceu. Aconteceu muito mais nos primeiros livros do que agora, porque agora as coisas estão ficando cada vez mais apertadas. Eu já fiz a trama dos livros por tanto tempo que não tenho mais espaço para me afastar da minha trama quando eu terminar o sétimo livro, não pode haver margens porque agora eu seu exatamente o que eu tenho que fazer, então eu vou lá e faço. Mas antes as coisas saiam do rumo algumas vezes, e personagens fixos querem ir pra algum caminho e os quero em outro e o melhor a fazer é tirar eles deste caminho colocar de lado e continuar. A Hermione sai do rumo freqüentemente.

Ani Morison para o Sunday Star Times New Zealand – Minha pergunta é, porque o Harry fica voltando para o Dursley, se ele tem os Weasley, de quem é mais íntimo?

Isso já foi esclarecido muitas vezes nos livros, mas possivelmente você não terminou este livro, onde é deixado bem claro. Harry recebe proteção mágica pelo sacrifício de sua mãe, no entanto ele tem que ficar perto do sangue dela, em outras palavras, Tia Petúnia. Isto irá protegê-lo até que ele se torne um homem, uma vez que ele tenha 17 anos ele não é mais protegido pela aura de sua mãe, então Dumbledore quer que ele volte mais uma vez para que a proteção continue até que ele tenha 17, depois disso ele estará por conta própria.

Owen Jones para a ITV -O que aconteceu com Umbridge?

Bem, obviamente todos nós gostaríamos que ela tivesse tido um acidente horrível, mas ela na verdade está bem e trabalhando no Ministério.

Porque ela não foi presa por tentar usar uma maldição imperdoável?

Ela tem bons contatos no ministério, ela é uma daquelas pessoas, que existem na vida real, que estará sempre com a parte poderosa. Até onde ela sabe, autoridade não é algo errado, então ela não questiona, e eu direi que quem quer que fique no Ministério, quem quer que assuma o poder, ela estará lá, ela gosta de poder, então ela fica do lado das pessoas que dão autoridade a ela.

Sarah Wallace para o Irish Independent – Como você pensou na ligação entre Harry e Voldemort?

Essa é outra daquelas perguntas que eu não posso responder porque vai direto no cerne do livro sete, desculpa, boa pergunta.

Harriet Falshaw para Tescos – Como você pensou em Harry Potter?

A idéia básica era de um garoto que não sabia que era bruxo, e então recebia uma carta do nada. Então esta foi a idéia que veio a mim. Harry como personagem era muito real desde o começo, e como um personagem totalmente imaginário, ele veio primeiro, Harry veio primeiro e depois tudo partiu dele. Então eu pensei: Os pais dele estão mortos, como eles morreram? Quem os matou? E foi assim, e tudo se originou a partir de Harry.

David Moulds para o News of the World – Como a Tia Petunia sabe sobre dementadores e todos os outros fatos mágicos que ela conhece?

Outra pergunta muito boa. Ela ouviu uma conversa, isso é tudo que vou dizer, ela ouviu uma conversa. A resposta está no começo de Ordem da Fênix

Isso é verdade?

Sim, a razão pela qual estou hesitando é porque há mais aí do que parece. Como eu pensava, você suspeitou. Corretamente, mas não quero dizer o quê mais tem aí, porque tem ligações com o Sétimo livro.

Amy Rice para o Daily Record – Se você pudesse ter algo mais, o que seria?

Se eu pudesse ter algo mais? Eu não mereço mais nada, eu tenho tudo que poderia querer. Você quer dizer em termos de livros, ou na minha vida?

Qualquer coisa.

Posso pedir coisas como a paz mundial? Obviamente, quem não iria querer isso? Mas pessoalmente, eu seria inacreditavelmente gananciosa se pedisse por algo mais. Sou uma pessoa muito sortuda.

Alexandra Le Couteur Williamson par o South Australian Advertiser – Quando você começa, você já tem um plano traçado antes de começar a escrever ou você começa do início e vai escrevendo?

Eu faço um plano, eu planejo, na verdade eu planejo meticulosamente. Eu sei que às vezes é bem chato quando as pessoas me dizem, “Eu escrevo histórias na escola, que conselho você me dá pra melhorá-las?” e eu sempre digo, e o queixo das pessoas fica caído quando eu sempre digo “Você tem que planejar”, e elas dizem, “Ah!”, eu prefiro escrever e ver no que dá, algumas vezes escrever e deixar se levar te mostra idéias muito boas, mas eu diria que nem sempre será tão boa quanto se você sentasse e pensasse. Onde eu quero ir? Pra que final eu estou levando a historia, o que seria bom, um bom começo? Desculpa, sou chata.

Stephanie Chapman para Woolworths – Se você fosse colocada em uma casa, qual seria e por que?

Bem, eu gostaria de ficar na Grifinória, e a razão para isto é que eu prezo a coragem e suas varias manifestações. Eu a valorizo muito mais do que qualquer outra virtude, quero dizer, não só a física ou a altiva, mas a coragem moral.

E eu quis ressaltar isso no primeiro livro, com o Neville, porque o Neville não tem aquilo que mostra o lado macho da coragem, que Harry mostra quando joga Quadribol. Mas no final, o que o Neville faz no final de Pedra Filosofal, que foi enfrentar seus amigos e arriscar a amizade e a aprovação, é muito corajoso, então eu gostaria de estar na Grifinória. Mas isso não quer dizer que eu iria para lá. Eu acho que há uma boa parte de Lufa-Lufa em mim.

Sem nome: Eu estava pensando, ouvi dizer que você chorou quando matou Sirius, você chorou no final deste livro? (6º)

Eu fiquei lacrimejando com Sirius, mas fiquei realmente chateada no final deste livro.

Joseph Rawlins para o BBC World Service – Qual foi o livro mais difícil para escrever?

O Cálice de Fogo.

É verdade?

Entre O Cálice de Fogo e a Câmara Secreta, isso foi muito difícil. No momento que eu estava escrevendo, A Pedra Filosofal fez um grande sucesso, o que foi totalmente inesperado, eu estava feliz com isso, mas também fiquei assustada, porque pensei que não poderia reproduzir aquilo, foi como um refletor no rosto, eu fiquei totalmente bloqueada ao escrever A Câmara Secreta.

Cálice de Fogo foi difícil porque até lá eu estava exausta, eu estava escrevendo, sendo mãe solteira, e também tentado agüentar uma sucessão de trabalhos diários, eu estava muito cansada, O Cálice de Fogo foi uma luta, no final daquele livro eu sabia que tinha que tirar uma folga e relaxar um pouco.

Tristan Kent para o Victoria Herald Sun, Australia -Por que você tem que matar pessoas que são próximas a Harry?

Você quer dizer: por que você é uma mulher tão desagradável? Eu não gosto de fazer isso é óbvio, mas quando você tem um herói que está crescendo e está se tornando alguém que tem que cumprir um certo destino, o que é Harry agora, a verdade cruel é que é muito mais interessante que ele faça isso sozinho. Então nas condições da sua historia e da sua trama e também quando você está tentando mostrar a jornada de uma criança se tornando um homem, ou seja, Harry, no próximo livro ele irá se tornar maior de idade no mundo bruxo, então legalmente é na verdade um homem, este é um jeito dramático e triste de mostrar esta jornada, tirando dele as pessoas mais próximas a ele.

Isso, e eu sou chata obviamente.

Daniella Hayman para o Sunday Times, South Africa – Quando você começou a escrever Harry Potter, você sempre planejou que Harry quisesse ser um auror, ou você tinha algo mais em mente?

Eu sempre planejei para que ele quisesse ser um auror, mas essa era uma ambição que ele não poderia ter no começo, porque ele nunca os tinha conhecido. E era muito mais interessante para ele, descobrir o que era e então conceber esta ambição.

Eu não tinha o nome auror logo nos primeiros livros. Eu sempre quis que fosse assim, se juntar ao Ministério e lutar, com os sentimentos de Harry no momento, provavelmente ele não terá esta ambição no livro sete, mas…

Huw Jones para o Financial Times – Como autora, qual foi o seu momento favorito ao escrever Harry Potter? Que idéia te agradou mais?

Essa realmente é uma pergunta difícil de responder. Neste livro, você saberia quando tivesse terminado de ler, desculpa, você terminou de ler o livro?

Estou nos dois últimos capítulos.

Então você viu Luna Lovegood comentando a partida de quadribol, aquilo me divertiu. As coisas que eu lembro mais são os momentos engraçados porque eles tendem a vir de repente, você pensa de repente na piada , então isso é muito satisfatório. Eu também adoro escrever diálogos… Entre Harry, Rony e Hermione principalmente.

Peter Humphreys para BBC Newsround – A quem Fawkes pertenceu antes de Dumbledore? Ele irá ter um papel vital no próximo livro?

Não vou responder sobre o papel no próximo livro, pois provavelmente te dá uma grande pista, e ele nunca pertenceu a ninguém a não ser Dumbledore. Você vai notar que quando Harry volta na penseira neste livro, Fawkes nunca está lá, e não… Desculpa, não neste livro, retiro o que disse. Quando Harry viu anteriormente o escritório com outro diretor, ele o viu com Dippet, e Fawkes não estava lá. Fawkes pertence a Dumbledore e não a Hogwarts.

Imogen Ni Ealai para Dubray Books, Ireland – Como a sua vida mudou desde que você se tornou extremamente famosa?

Mudou imensamente. Por um tempo eu costumava dizer, quando alguém me perguntava, “como é ser famosa?”, eu respondia, “Eu não sou famosa!” e achei muito assustador por um tempo.

De um jeito, tem sido maravilhoso, porque eu estive em lugares que eu não iria de outra maneira. Viajei bastante. Nunca estive na América, por exemplo, antes de 1998, que foi a primeira vez que eu fui para uma sessão de autógrafos, que foi incrível.

Eu estive na Downing Street, [Rua onde fica a casa do primeiro ministro da Inglaterra] no Palácio de Buckingham e na Casa Branca. Não posso imaginar como eu poderia ir a esses lugares sem Harry Potter, então isso tudo tem sido incrível.

Catherine Quinn para o Irish Times – Se você jogasse Quadribol, que posição jogaria e por quê?

Eu tenho que dizer, não tem como alguém me deixar jogar Quadribol, tenho certeza que eu seria muito ruim. Não sou uma pessoa esportiva.

Se eu realmente tivesse que jogar Quadribol, acho que faria menos estrago, não gosto muito de dor, então eu diria Artilheira, mas os balaços serão um perigo mais presente, eu poderia dizer que seria goleira, e apenas desviar pelos aros e ficar fora de problemas.

Apanhador é muito habilidoso pra mim, obviamente todo mundo gostaria de ser apanhador, mas eu não poderia, não mesmo.

Lydia Halls para o Funday Times in England – Se te dessem Veritaserum, o que você diria?

Que pergunta horrível essa, você é uma Rita Skeeter intrometida. Digo isso em um bom sentido.

Espero que sim.

Sondagem profunda, essa. Você obviamente quis dizer algo que eu talvez gostaria de esconder

Ou gostaria da boa desculpa para revelar às pessoas.

Sei o que você quer dizer, sei totalmente o que você quer dizer. Provavelmente, verdadeiramente, eu diria a todos a trama para o sétimo livro, porque há sempre esse enorme conflito na minha vida em que metade de mim, pelo menos metade mim, amaria sentar aqui, e é divertido, seria ótimo sentar aqui e falar sobre o livro sete e me divertir com pessoas que realmente conhecem os outros livros, isso seria tão interessante, mas obviamente a outra parte de mim está bem consciente de que eu não acho que vocês queiram que eu faça isso, vocês irão me contradizer, mas acho que vocês preferem lê-lo não é?

Sim!

Isso é um alívio.

Scott Ballard para o The Bookseller – Lorde Voldemort vai algum dia descobrir o que dizia a profecia inteira?

Essa é uma daquela perguntas muito boas que acho que não posso responder. Desculpem-me, isso é sempre muito frustrante, mas as perguntas mais penetrantes eu realmente não posso responder, porque diriam muita coisa, então não vou responder isso, desculpem.

Ailsa Floyd para o Times Educational Supplement in Scotland – Como você pensou no lema “nunca cutuque um dragão adormecido”, que aprece embaixo do brasão? Existe um história?

Sabe como toda escola tem slogans que são coisas como perseverança e nobreza, caridade e fidelidade, ou algo assim, foi apenas diversão, dar um lema como se fosse uma pegadinha para Hogwarts.

Então um amigo meu que é professor de línguas clássicas — meu latim não era bom o bastante para o “serviço”, não poderia ser latim simples, é muito bom para os feitiços usar o latim simples, isso porque eles costumam ser uma mistura de latim com outras coisas. Quando achei um bom slogan em latim para a escola, eu fui até ele e pedi para que traduzisse. Eu acho que ele gostou, ele me ligou e disse, acho que achei exatamente a palavra certa, “Titillandus”, e foi assim que foi sonhado.

Richard Wheatley para o RNIB – Crianças cegas de todas as partes estão encantadas , pois podem ler este livro ao mesmo tempo que outras que podem ver, você incluiria um personagem cego em um dos seus livros de Harry Potter?

Engraçado você perguntar isso, porque em um certo ponto existia um personagem cego que tinha o nome de Mopsus, e você pode pesquisá-lo, pois existe uma ligação mitológica aí, mas ele apareceu cedo demais e tinha o poder da segunda visão, em outras palavras ele era um pouco como a professora Trelawney, mas ele apareceu muito cedo, quando eu ainda estava rascunhando a Pedra Filosofal, a razão pela qual eu o cortei, foi porque ele era bom demais. Quando a historia evoluiu, se houvesse alguém que tivesse realmente o poder da adivinhação, enquanto Harry estivesse vivo, diminuiria muito o drama da historia, pois alguém saberia o que iria acontecer.

Então é por isso que Mopsus ficou de fora e eu nunca o substituí, mas eu acho que Olho-Tonto Moody tinha um pouco das características de Mopsus, ele tem um olho mágico que perdeu em uma luta com um Comensal da morte, boa pergunta.

Hannah Lawson para o Daily Telegraph – Que emprego você teria se não fosse escritora?

Não existe emprego que realmente gostasse, porque eu sempre quis ser escritora, mas o emprego que eu gostaria mais depois de escritora seria de professora, eu adorava ensinar adolescentes, isso foi o meu forte, digo logo que eu não acho que tenha sido uma professora brilhante, mas foi o que eu mais gostei.

A alternativa poderia ser algo em que eu trabalhei, um emprego temporário de secretária e isso foi fantástico, porque era um emprego bem chato em alguns lugares, mas eu costumava digitar histórias quando ninguém estava olhando, agora posso confessar.

Clare Fordyce para o Scottish Book Trust – Com que personagem você mais odiaria estar presa em uma ilha deserta?

Ai meu Deus , essa foi boa!

Lockhart se tornaria tedioso logo nos primeiros trinta segundos. Umbridge, Umbridge não seria bom. Digo, Voldemort não seria bom de jeito nenhum pois ele me mataria, mas eu iria preferir estar morta a estar numa ilha com Umbridge ou Lockhart

Quem mais? Valter Dursley, ah não, na verdade eu já estive em lugares com pessoas como Valter Dursley, isso é desconfortável. Umbridge e Lockhart eu não poderia suportar, não posso nem pensar.

Robert Dawson para Asda – Se você fosse um animago, qual seria?

Essa idéia sempre me diverte. Sabe, você não sabe o que eu você vai ser até que consiga ser um, então você pode passar uma década tentando se tornar um animago e descobrir que virou uma lesma ou algo que seria muito desagradável.

Eu dei a Hermione o meu animal favorito, que é uma Lontra. Se você quisesse ser algo impressionante, você seria um cervo ou um tigre, não é? Eu acho que eu seria um porquinho da Índia ou algo que seria vergonhoso.

Emma Wilson para Young Scot – E se no trem para Londres Harry Potter não tivesse aparecido na sua cabeça, como você acha que seria? O que você acha que estaria fazendo hoje?

Esta é uma idéia estranha não é? Meu sentimento é de que em algum momento eu iria pensar no Harry, porque ele englobava tantas coisas que eu gostava.

Eu já estava escrevendo por anos quando pensei no Harry. Meu sentimento é que minha idéia do Harry iria aparecer em algum momento. Eu amo nomes esquisitos e sempre fui interessada em folclore e acho que seria uma coisa lógica para eu escrever, mesmo que tenha aparecido tão de repente. Por causa dos meus interesses, eu provavelmente teria a idéia em algum momento. A pergunta é: o que teria acontecido se eu não tivesse perseverado com a idéia? Eu teria publicado uma idéia diferente. Então a minha vida seria muito diferente, eu não sei, então eu acho que o que tenho que fazer, é continuar trabalhando.

Laura Henderson para o Sunday Times Scotland – Você acha mais dificil escrever Harry Potter agora que é tão famosa?

Escrever ainda é muito prazeroso, mesmo que eu tenha dito que O Cálice tinha sido estressante, mas isso não foi bem, não, definitivamente eu senti a pressão quando estava escrevendo O Cálice, mas eu absolutamente amei O Enigma do Príncipe, foi uma experiência que curti do início ao fim, eu diria que os dois livros que mais gostei de escrever e estive mais tranqüila na minha vida foram Azkaban e Enigma. Então está aí, depende de muitos fatores diferentes.

Lucy Adams para o Radio Five Live -Você teve que reescrever alguma parte do novo livro?

Você sempre reescreve quando está escrevendo e então o seu editor vem e sugere coisas e não acho que eu tenha tido que reescrever muita coisa depois que meu editor lia, era mais uma questão de algumas vezes as coisas são óbvias pra mim como a autora, mas meu editor diz: Isso não vai ficar muito claro pro leitor, então eu tenho que voltar e afiar mais as coisas, ou talvez precise de mais uma explicação para as pessoas entenderem o que está acontecendo, então são coisas dessa ordem.

Sam Dordoy para Ottakars – Seus livros tem temas de racismo, como bruxos oprimindo outras raças ou mestiços. Você acha que isso muda a maneira das pessoas pensarem quando os lêem?

Não pense que sou pessimista, mas acho que sou realista sobre como você pode mudar o preconceito que está entranhado profundamente, então sinto que se alguém é racista, Harry Potter não irá surtir efeito.

Eu espero que tenha feito as pessoas pensarem, digo, eu não escrevo os livros pensando qual a minha mensagem do dia, qual a minha moral, isso não é de jeito nenhum como eu planejo escrever um livro. Não estou tentando te criticar ou te dar um discurso, mas ao mesmo tempo, seria ótimo se pessoas pensassem em comportamento tirânico ou racismo.

Os elfos-domesticos são uma mensagem para a escravatura, sim, os elfos-domesticos são escravos, mas acho que este é um assunto que nós todos nesta sala já sabemos o bastante como nos sentimos sobre isso.

Samatha Scattergood para Waterstones – Quem é o seu membro favorito da Ordem da Fênix?

Eu fico matando meus membros favoritos da Ordem da Fênix, mas existe um membro que vocês ainda não conhecem direito e irão conhecê-lo muito bem, vocês sabem que eles são membros, mas não os conhecem realmente, mas irão conhecê-los no livro sete, então estou ansiosa por isso.

Chloe Anwyll para o Sunday Express – De um jeito ou de outro, Voldemort esteve envolvido em todos os livros, ele estará em todo o livro sete ou haverá uma reviravolta que talvez signifique que os livros de Harry continuem?

Ele definitivamente estará no livro sete, e isso é tudo que eu vou dizer.

Michael Farr para Indigo books and music – Quando é que o livro sete irá finalmente sair? Porque levou dois anos para que este saísse.

Não vou dizer agora, mas acho que será pelo menos mais dois anos de espera (publico geme). Desculpem, acho que provavelmente vou ser realista. Meu plano é começar a escrever no final do ano porque eu ainda tenho um bebê muito pequeno, mesmo que eu esteja trabalhando em cima dele (o livro) no momento.

Eun Ji An para Raincoast.com, Canadá – Estava pensando, por que Harry usa óculos?

Porque eu usei óculos durante toda a minha infância e eu estava cansada da pessoa que usava os óculos nos livros ser sempre o crânio, e realmente me irritava, e eu queria ler um livro sobre um herói que usasse óculos.

E também tem uma função simbólica, Harry é os olhos da história, de um jeito é sempre o ponto de vista de Harry, então sempre teve isso sabe? Essa faceta dele, usando óculos.

Hannah Fenwick para Kingdom FM — Gostaria de saber como você tem tempo para escrever o livro, por ter dois filhos pequenos.

Eu tenho três crianças agora. Bem eu sou bastante boa em priorizar o meu tempo, então eu não escrevo mais 5 dias por semana, as vezes eu escrevo sim, mas boa parte do tempo, ou dois dias e meio por semana, eu trabalho cuidando dos meus filhos, então eu passo bastante tempo com eles.

Na verdade é mais certo considerar em uma base de quantidade de palavras por hora, quando eu tenho menos tempo. Quando eu estava escrevendo O Calice de Fogo, tinha dias inteiros à minha disposição, pois tinha apenas uma filha na escola, e mesmo assim não acho que tenha sido tão produtiva quanto sou agora, engraçado.

Erin Bower representando o Sunday Herald – estava pensando se você alguma vez escreveu algo antes e que complicasse o que você fosse escrever depois? Como ‘A’ diz para ‘B’ alguma coisa, mas ‘B’ não deveria saber daquilo naquele momento. Como você dá a volta nesse problema?

Essa é uma ótima pergunta, mostra muito a visão interna dos problemas de ter uma trama muito longa.

Eu normalmente pego as coisas na hora. Quando estava escrevendo a Câmara Secreta, a trama do Príncipe Mestiço estava incorporada no segundo livro e eu obviamente não vou me alongar aí, caso as pessoas não tenham terminado o sexto, tornou-se claro para mim quando eu estava escrevendo aquele livro que eu tinha duas tramas principais ali que não funcionavam muito bem juntas, lado a lado, então uma teve que ter sido retirada, aquilo tornou-se claro imediatamente.

Eu poderia ter continuado, incluindo aquela informação ali e isso teria bagunçado a trama depois, como você sabe se tiver lido o sexto. Eu vou ser muito cuidadosa, como por exemplo, as revelações sobre O Príncipe, teriam deixado expostas muitas coisas…

Traduzido por: Débora.
Revisado por: Adriana Couto Pereira e Antônio Carlos de M. Neto em 21/03/08.